As vendas dos supermercados catarinenses tiveram recuo de 0,5% em 2015 na comparação com 2014, já descontada a inflação no período. Esta foi a primeira vez desde que o Termômetro de Vendas começou a ser apurado, em 2004, que o setor supermercadista catarinense registra um resultado negativo no acumulado do ano. Para comparação, em 2013 as vendas tinham crescido 6,82% e em 2014 cresceram 4,69%, em valores reais.
Os dados são de uma pesquisa realizada pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) com empresas de todos os portes e regiões do Estado, balizando a atividade do setor. Os índices foram deflacionados pelo IPCA.O presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Netto afirma que a retração da atividade econômica que ocorre no Brasil acabou chegando também ao setor supermercadista, normalmente o último a ser afetado.
- Já tínhamos essa percepção analisando o balanço de vendas mês a mês. O ano começou bem, mas o segundo semestre não correspondeu e também devemos considerar que estávamos trabalhando no comparativo com 2014, que foi um período de crescimento forte e constante - explica.
O balanço geral foi negativo para o setor, mas Atanázio faz a ressalva de que houve registro de empresas e redes que conseguiram crescer em 2015, apesar da conjuntura desfavorável e do aumento de taxas acima da inflação. Em alguns casos, o que contribuiu para um panorama mais equilibrado foi o foco maior nos gêneros alimentícios.
- O resultado foi menos ruim do que se esperava justamente porque já planejávamos um ano de muitas dificuldades, então o que veio ficou de bom tamanho. Crescemos quase igual à inflação, mantendo um equilíbrio. Sofreram mais as redes que trabalham bastante com eletrodomésticos e vestuário, mas quem concentra mais nos alimentos, como nós, perde menos porque as pessoas podem até trocar de marca com a crise, mas não deixam de comer - comenta Zefiro Giassi, fundador e proprietário da Giassi Supermercados, segunda maior rede do setor em SC.
A tendência para 2016, neste momento, indica uma perspectiva de pequena melhora pelo menos no primeiro bimestre como resultado da maior demanda turística na faixa litorânea, fator que sempre tem feito diferença no resultado catarinense de vendas em relação ao resto do país.
As empresas estão buscando redução de custos e trabalhando na qualificação dos quadros de profissionais que atuam nas lojas. De acordo com a Acats, esses devem ser aspectos fundamentais na construção do resultado final de vendas de cada empresa supermercadista.
Clima, dólar e evolução da renda familiar impactam no resultado
Se a inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo, de até 6,5%, nos supermercados a situação foi ainda pior. Alguns produtos tiveram elevação do preço na casa dos 18%, conforme levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Isso logicamente tem impacto direto na procura do consumidor e no resultado obtido pelos estabelecimentos, sendo reflexo de três fatores principais.
O primeiro deles é um longo período sem chuvas constantes em áreas de produção de alimentos, o que afeta toda a cadeia produtora e logística. O segundo é a maior atratividade das exportações com a desvalorização do real, visto que o empresário tem o custo em real e o faturamento em dólar.
- Isso levou produtores de carnes a destinar um percentual significativo para exportações. Houve certa falta do produto aqui dentro e isso impacta no preço - exemplifica o Supervisor Técnico do Dieese em Santa Catarina, José Álvaro Cardoso.
O terceiro fator é a inclusão de pessoas ao mercado consumidor nos últimos anos, ainda que em 2014 e principalmente 2015 a crise tenha estourado definitivamente. Até 2013, foram 10 anos de renda familiar crescendo e mesmo com a atual recessão, os alimentos são os últimos a deixarem de ser consumidos. Por consequência, a queda nos preços, apesar dos problemas econômicos nacionais, também são os últimos a caírem.
Os dados são de uma pesquisa realizada pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) com empresas de todos os portes e regiões do Estado, balizando a atividade do setor. Os índices foram deflacionados pelo IPCA.O presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Netto afirma que a retração da atividade econômica que ocorre no Brasil acabou chegando também ao setor supermercadista, normalmente o último a ser afetado.
- Já tínhamos essa percepção analisando o balanço de vendas mês a mês. O ano começou bem, mas o segundo semestre não correspondeu e também devemos considerar que estávamos trabalhando no comparativo com 2014, que foi um período de crescimento forte e constante - explica.
O balanço geral foi negativo para o setor, mas Atanázio faz a ressalva de que houve registro de empresas e redes que conseguiram crescer em 2015, apesar da conjuntura desfavorável e do aumento de taxas acima da inflação. Em alguns casos, o que contribuiu para um panorama mais equilibrado foi o foco maior nos gêneros alimentícios.
- O resultado foi menos ruim do que se esperava justamente porque já planejávamos um ano de muitas dificuldades, então o que veio ficou de bom tamanho. Crescemos quase igual à inflação, mantendo um equilíbrio. Sofreram mais as redes que trabalham bastante com eletrodomésticos e vestuário, mas quem concentra mais nos alimentos, como nós, perde menos porque as pessoas podem até trocar de marca com a crise, mas não deixam de comer - comenta Zefiro Giassi, fundador e proprietário da Giassi Supermercados, segunda maior rede do setor em SC.
A tendência para 2016, neste momento, indica uma perspectiva de pequena melhora pelo menos no primeiro bimestre como resultado da maior demanda turística na faixa litorânea, fator que sempre tem feito diferença no resultado catarinense de vendas em relação ao resto do país.
As empresas estão buscando redução de custos e trabalhando na qualificação dos quadros de profissionais que atuam nas lojas. De acordo com a Acats, esses devem ser aspectos fundamentais na construção do resultado final de vendas de cada empresa supermercadista.
Clima, dólar e evolução da renda familiar impactam no resultado
Se a inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo, de até 6,5%, nos supermercados a situação foi ainda pior. Alguns produtos tiveram elevação do preço na casa dos 18%, conforme levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Isso logicamente tem impacto direto na procura do consumidor e no resultado obtido pelos estabelecimentos, sendo reflexo de três fatores principais.
O primeiro deles é um longo período sem chuvas constantes em áreas de produção de alimentos, o que afeta toda a cadeia produtora e logística. O segundo é a maior atratividade das exportações com a desvalorização do real, visto que o empresário tem o custo em real e o faturamento em dólar.
- Isso levou produtores de carnes a destinar um percentual significativo para exportações. Houve certa falta do produto aqui dentro e isso impacta no preço - exemplifica o Supervisor Técnico do Dieese em Santa Catarina, José Álvaro Cardoso.
O terceiro fator é a inclusão de pessoas ao mercado consumidor nos últimos anos, ainda que em 2014 e principalmente 2015 a crise tenha estourado definitivamente. Até 2013, foram 10 anos de renda familiar crescendo e mesmo com a atual recessão, os alimentos são os últimos a deixarem de ser consumidos. Por consequência, a queda nos preços, apesar dos problemas econômicos nacionais, também são os últimos a caírem.
- Fonte/Autor: Clic RBS