O futuro dos suinocultores foi debatido em reunião com o diretor executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Nilo de Sá, e os presidentes das três associações afiliadas da região Sul do Brasil.
O encontro organizado pela Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) aconteceu em Treze Tílias, no Meio-Oeste de Santa Catarina, na sexta-feira passada (8). Um dos temas de destaque foi discutir alternativas para reduzir o custo de produção na suinocultura.
Pautas
A nova formulação dos registros genealógicos foi o primeiro tema abordado durante a reunião. De acordo com o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, a mudança é positiva para os produtores, pois agiliza a emissão do documento direto na propriedade. "Os três estados do Sul são os que mais detêm matrizes reprodutoras para as granjas comerciais. Por isso é importante o encontro com os representantes e a participação do diretor executivo da ACCS".
A reunião serviu também para discutir o custo de produção na suinocultura. O presidente da ACCS disse que as entidades do Sul precisam trabalhar em conjunto. "Precisamos melhorar a situação dos produtores para que eles tenham uma qualidade de vida melhor e possam continuar investindo na atividade".
A expectativa é que o grupo de discussão se reúna a cada 30 dias, sendo que um novo encontro já está previsto para fevereiro. "Precisamos ter a planilha dos custos de produção. Necessitamos melhorar o sistema de integração na região Sul, que foi o modelo que fez crescer a região", constata Losivanio.
A importância do trabalho conjunto
O representante da categoria em Brasília destaca que a união entre os estados foi importante para avaliar a cadeia e elencar as medidas que as associações podem adotar para beneficiar os produtores. "É importante que tenhamos esses momentos em conjunto para que possamos chegar em indicadores que proporcionem ao produtor integrado uma renda digna", diz Sá.
Análise histórica
Na análise dos últimos anos, Nilo de Sá diz que em 2012 o setor passou por uma crise muito forte, época em que houve a perda de quase 120 mil matrizes, fator que influenciou a produção entre 2013 e o primeiro semestre de 2014, quando o volume de abate teve queda ainda maior.
O diretor executivo analisa que, no fim do ano retrasado, o mercado brasileiro sinalizou recuperação impulsionado pelo cenário internacional. Na época, os Estados Unidos perdeu cerca de nove milhões de animais por causa da diarréia epidêmica, aconteceu a peste suína africana no Leste europeu, dentre outros fatores. "Houve a falta de carne suína no mercado internacional. Isso fez com que o preço da carne suína explodisse. Foi um ano muito bom para os produtores brasileiros".
Sá explica que aconteceu em 2015 a recuperação de abate no Brasil e nos Estados Unidos. "Nós passamos a ter mais oferta. O preço baixou um pouco, mas num patamar equilibrado", diz. Ele também lembra que o crescimento de abate no ano passado foi surpreendente, chegando próximo dos 4%. "As granjas passaram a ser mais eficientes e produziram mais. Esperamos um crescimento de pelo menos 2% em 2016", relata.
Componentes de custos
O segundo semestre de 2015 foi marcado pela alta no custo dos grãos, principalmente no milho, impulsionado pela desvalorizarão do real frente ao dólar. Sá lembra que a exportação de suínos teve uma grande elevação no período, mas a venda de milho para o mercado exterior também foi alta, chegando na casa das 29 milhões de toneladas. "Isso causou uma oferta menor de milho no mercado doméstico e pressionou o custo. Hoje o preço do milho é uma das grandes preocupações da nossa atividade. Esse cenário deve permanecer ainda em 2016".
Conforme projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o milho está perdendo área de plantio para a soja no Brasil e nos Estados Unidos, de modo que a oferta do cereal não será no volume adequado em 2016. "Precisamos adequar os custos de produção dentro das propriedades. A margem tende a ser mais estreita do que foi em 2015", constata Sá.
Preço da carne bovina
De acordo com estatísticas, a carne bovina está pelo menos 30% mais cara em relação a suína. Essa diferença deve fazer com que a população consuma mais carne suína em 2016. Cada brasileiro consome em média 40 quilos de carne bovina, contra apenas 15 quilos da suína, conforme números da ABCS. "Esse é o momento de ganhar espaço no mercado interno. Se a gente fazer com que o brasileiro consuma mais carne suína, vamos conseguir maior rentabilidade ao produtor", enfatiza o diretor da ABCS.
Abertura de mercado com a Coreia do Sul
Um dos assuntos de destaque da semana passada foi a possibilidade de Santa Catarina exportar carne suína para os sul-coreanos. O potencial de exportação dos estabelecimentos catarinenses para os asiáticos é de US$ 108 milhões, o que representa 33 mil toneladas do produto, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Sá avalia que a União Européia, Estados Unidos e Canadá ainda dominam o mercado internacional de exportação de carne suína. "O coreano não vai comer mais carne suína. Para a gente entrar neste mercado nós precisamos tomar uma fatia dos grandes exportadores. O Brasil precisa abordar dos tratados de livre comércio e buscar parcerias para efetivamente acessar novos mercados. Produzimos carne boa e com preço acessível, mas falta habilidade no cenário de negociação internacional".
Fonte: Rádio Tropical FM
O encontro organizado pela Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) aconteceu em Treze Tílias, no Meio-Oeste de Santa Catarina, na sexta-feira passada (8). Um dos temas de destaque foi discutir alternativas para reduzir o custo de produção na suinocultura.
Pautas
A nova formulação dos registros genealógicos foi o primeiro tema abordado durante a reunião. De acordo com o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, a mudança é positiva para os produtores, pois agiliza a emissão do documento direto na propriedade. "Os três estados do Sul são os que mais detêm matrizes reprodutoras para as granjas comerciais. Por isso é importante o encontro com os representantes e a participação do diretor executivo da ACCS".
A reunião serviu também para discutir o custo de produção na suinocultura. O presidente da ACCS disse que as entidades do Sul precisam trabalhar em conjunto. "Precisamos melhorar a situação dos produtores para que eles tenham uma qualidade de vida melhor e possam continuar investindo na atividade".
A expectativa é que o grupo de discussão se reúna a cada 30 dias, sendo que um novo encontro já está previsto para fevereiro. "Precisamos ter a planilha dos custos de produção. Necessitamos melhorar o sistema de integração na região Sul, que foi o modelo que fez crescer a região", constata Losivanio.
A importância do trabalho conjunto
O representante da categoria em Brasília destaca que a união entre os estados foi importante para avaliar a cadeia e elencar as medidas que as associações podem adotar para beneficiar os produtores. "É importante que tenhamos esses momentos em conjunto para que possamos chegar em indicadores que proporcionem ao produtor integrado uma renda digna", diz Sá.
Análise histórica
Na análise dos últimos anos, Nilo de Sá diz que em 2012 o setor passou por uma crise muito forte, época em que houve a perda de quase 120 mil matrizes, fator que influenciou a produção entre 2013 e o primeiro semestre de 2014, quando o volume de abate teve queda ainda maior.
O diretor executivo analisa que, no fim do ano retrasado, o mercado brasileiro sinalizou recuperação impulsionado pelo cenário internacional. Na época, os Estados Unidos perdeu cerca de nove milhões de animais por causa da diarréia epidêmica, aconteceu a peste suína africana no Leste europeu, dentre outros fatores. "Houve a falta de carne suína no mercado internacional. Isso fez com que o preço da carne suína explodisse. Foi um ano muito bom para os produtores brasileiros".
Sá explica que aconteceu em 2015 a recuperação de abate no Brasil e nos Estados Unidos. "Nós passamos a ter mais oferta. O preço baixou um pouco, mas num patamar equilibrado", diz. Ele também lembra que o crescimento de abate no ano passado foi surpreendente, chegando próximo dos 4%. "As granjas passaram a ser mais eficientes e produziram mais. Esperamos um crescimento de pelo menos 2% em 2016", relata.
Componentes de custos
O segundo semestre de 2015 foi marcado pela alta no custo dos grãos, principalmente no milho, impulsionado pela desvalorizarão do real frente ao dólar. Sá lembra que a exportação de suínos teve uma grande elevação no período, mas a venda de milho para o mercado exterior também foi alta, chegando na casa das 29 milhões de toneladas. "Isso causou uma oferta menor de milho no mercado doméstico e pressionou o custo. Hoje o preço do milho é uma das grandes preocupações da nossa atividade. Esse cenário deve permanecer ainda em 2016".
Conforme projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o milho está perdendo área de plantio para a soja no Brasil e nos Estados Unidos, de modo que a oferta do cereal não será no volume adequado em 2016. "Precisamos adequar os custos de produção dentro das propriedades. A margem tende a ser mais estreita do que foi em 2015", constata Sá.
Preço da carne bovina
De acordo com estatísticas, a carne bovina está pelo menos 30% mais cara em relação a suína. Essa diferença deve fazer com que a população consuma mais carne suína em 2016. Cada brasileiro consome em média 40 quilos de carne bovina, contra apenas 15 quilos da suína, conforme números da ABCS. "Esse é o momento de ganhar espaço no mercado interno. Se a gente fazer com que o brasileiro consuma mais carne suína, vamos conseguir maior rentabilidade ao produtor", enfatiza o diretor da ABCS.
Abertura de mercado com a Coreia do Sul
Um dos assuntos de destaque da semana passada foi a possibilidade de Santa Catarina exportar carne suína para os sul-coreanos. O potencial de exportação dos estabelecimentos catarinenses para os asiáticos é de US$ 108 milhões, o que representa 33 mil toneladas do produto, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Sá avalia que a União Européia, Estados Unidos e Canadá ainda dominam o mercado internacional de exportação de carne suína. "O coreano não vai comer mais carne suína. Para a gente entrar neste mercado nós precisamos tomar uma fatia dos grandes exportadores. O Brasil precisa abordar dos tratados de livre comércio e buscar parcerias para efetivamente acessar novos mercados. Produzimos carne boa e com preço acessível, mas falta habilidade no cenário de negociação internacional".
Fonte: Rádio Tropical FM