Notícias do Novo Tílias News

Joaçaba: A parceria criativa entre Luiz Gustavo Busetti e a Escola de Samba Aliança

Luiz Gustavo Busetti trabalha há 42 anos como catorário. Nas horas
vagas, pesquisa e cria os enredos da Aliança (foto: Portal Éder Luiz)
Cartorário há 42 anos, no dia-a-dia Luiz Gustavo Busetti, de 58 anos, se dedica à autenticações, escrituras  e uma papelada cheia de burocracias, mas, paralelo a isso tem no carnaval o seu maior hobby. Há 15 anos é ele quem pesquisa os enredos da Escola de Samba Aliança e cria o samba-enredo, que depois de ganhar melodia, embala a agremiação durante o desfile.

Tudo começou quando, em 1994, já frequentando a Aliança, a curiosidade levou Luiz Gustavo a pesquisar sobre como eram formados os enredos das escolas. Diante disso, passou a sugerir temas para os desfiles e pouco depois a apresentar letras que havia composto, até que em 2001, com o Enredo: “O ouro dos Maués”, que falava do guaraná, estreou como diretor de enredos na  agremiação.

Entre os enredos que mais marcaram sua trajetória, Luiz Gustavo destaca um dos seus preferidos: o “De boca em boca eu vou” apresentado pela escola em 2004 e que falava sobre o beijo. Já o que mais sentiu dificuldade em desenvolver foi: o “Não é azul,  é al zulajy. Moura Pedra polida, verde branca, multicolorida” que contou a história do azulejo no carnaval de 2007. “Escrever sobre o azulejo exigiu muito mais criatividade e foi um grande desafio principalmente pelas poucas referências com relação ao tema. Mas no fim deu certo, tanto que naquele ano, a escola recebeu notas 10 de todos os julgadores” relembrou orgulhoso.

Luiz Gustavo com carnavalesco Carlos Fett
e o presidente da Aliança Dihego Joe Müller.


Apaixonado por pesquisar e compor, à medida que a inspiração chega, Luiz Gustavo escreve sobre temas variados e guarda as criações.  É o caso do enredo: “A verde e Branco é Laranja” que foi escrito ainda em 1999 e agora após adaptações, será o tema da escola no carnaval 2016, contando a história da Fruta Laranja. “Tenho muita coisa já rascunhada, o que dá a liberdade de escolha ao Carlos Fett que  é o carnavalesco. Tem alguns temas que ele não gosta, outros que de primeira aprova. Depende  do que ele poderá criar em termos de alegorias e fantasias”. Explica.

Todas as pesquisas são feitas nas horas que folga do cartorário. “Com o tempo fui criando técnicas para melhor escrever.  No enredo de 2013 que falava sobre o número 7 quase nem citei o número. Optei por usar metáforas fazendo alusão ao tema, não tornando o enredo chato”. Comentou.

Para finalizar, o diretor de enredos define seu oficio em duas palavras: satisfação e responsabilidade: “não tem nada melhor do ver que ver a escola desfilando uma ideia que eu propus. E se levar 10, melhor ainda. Mas tem que se dedicar, fazer com amor, algo mal feito pode arruinar todo o carnaval da escola” finalizou Luiz Gustavo.


Fonte: Redação Portal Éder Luiz.