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"Sei que a senhora não tem confiança em mim", diz Temer em carta a Dilma

O vice-presidente da República, Michel Temer, enviou carta à presidente Dilma Rousseff em que aponta "fatos reveladores" da desconfiança que o governo possui em relação a ele e ao PMDB. Na carta Temer diz se tratar de um "desabafo que já deveria ter feito há muito tempo".

"Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção", diz o vice-presidente no documento.
A carta começa com a citação em latim "Verba volant, scripta manent", que significa "As palavras voam, os escritos permanecem".

Em seguida, Temer diz acreditar ser desnecessário "alardear publicamente a sua lealdade" à presidente, mas alega que sempre teve "ciência da absoluta desconfiança" de Dilma "e do seu entorno em relação" a ele e ao PMDB. "Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo", argumenta. "Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice."

Temer também ressalta que tem "mantido a unidade do PMDB apoiando" o "governo usando o prestígio político que" tem "advindo da credibilidade e do respeito" que adquiriu no partido. Isso tudo, segundo o vice-presidente, não gerou confiança nele, pelo contrário: "gera desconfiança e menosprezo do governo".

Após listar onze episódios nos quais, segundo ele, a desconfiança de Dilma em relação ao vice-presidente e ao PMDB se mostrou evidente, Temer cita a instabilidade política e econômica pela qual o país atravessa. "Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais".

Por meio do perfil da assessoria de imprensa da Vice-Presidência da República, Temer fez um pronunciamento oficial sobre o teor da carta. Segundo o peemedebista, Temer optou por redigir o documento após tomar conhecimento de que Dilma pretendia procurá-lo para conversar.

Fonte: Diário Catarinense