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Notícias do Novo Tílias News

Rio do Peixe e da Vida! Estamos cuidando deste tesouro natural?

Em nossa primeira reportagem desta série especial mostramos que o Rio do Peixe segue sendo agredido pela ação humana na área central dos municípios de Joaçaba, Herval e Luzerna. Exemplos de invasão das margens e depósito de lixo, além do lançamento de poluição nas águas, foram flagrados enquanto acompanhamos a Polícia Militar Ambiental em uma fiscalização.Clique Aqui para conferir a primeira reportagem!
Mesmo com os flagrantes de desrespeito à natureza o Rio segue preservado na maior parte da extensão urbana das cidades. Um sinal disso são os peixes, que em alguns momentos se mostraram para a reportagem. Por duas vezes pequenos cardumes aproveitaram a movimentação feita pela lancha na água para pular, chegando a cair dentro da embarcação.
Policial ambiental segura um peixe que pulou para dentro da embarcação.
Policial ambiental segura um peixe que pulou para dentro da embarcação.
Perdemos a conta do número de pescadores que encontramos. A maioria em botes e outros usando as barrancas. Eles repetem o ato dos primeiros habitantes destas margens, que em algum momento buscaram o alimento nas águas, talvez num tempo onde havia maior abundância.
Pescadores aproveitam a água barrenta para pescar.
Pescadores aproveitam a água barrenta para pescar.
O pescador Marcos é um deles e exibe no bote alguns peixes que conseguiu pescar, são jundiás e uma traíra de bom tamanho. Ele diz que já houve mais pesca no rio, mas ainda é possível encontrar espécies variadas. Para o pescador o maior problema é falta de cuidado com este bem tão precioso.
“As pessoas jogam o lixo no rio, tem preguiça de colocar na rua e jogam aqui. Ai você vai pescar, joga a linha e paga uma sacolinha ou uma fralda de criança. Está faltando fiscalização por parte das autoridades e um pouco de cuidado dos moradores”.
Marcos é um dos pescadores do Rio do Peixe no perímetro urbano das cidades.
Marcos é um dos pescadores do Rio do Peixe no perímetro urbano das cidades.
Segundo o tenente Cabral, da Polícia Militar Ambiental, a fiscalização deve ser feita em conjunto entre os órgãos estaduais e os municípios. “ Notamos que a poluição por parte dos moradores ribeirinhos é muito maior do que a das empresas que existem na beira do rio, que já tem tratamento da água e preservam. O que deve ser feito é um trabalho de conscientização por parte dos órgãos responsáveis, num esforço entre estado e município, para coibir estes atos contra o rio”.
Além dos peixes, o rio mostra toda sua capacidade de gerar vida em outras espécies. Não foi possível registrar em nosso passeio, mas até quem atravessa as pontes entre Joaçaba e Herval já viu bandos de capivaras nadando nas águas. Outra cena cada vez mais comum são as lontras, que são vistas mergulhando e até se alimentando dos peixes que caçam.
Borboletas colorindo as margens.
Borboletas colorindo as margens.
A presença destes animais em plena área urbana é sinal de preservação e conscientização, embora eles ainda sejam caçados, mas em menor escala do que no passado, quando quase desapareceram das águas do rio.
Durante o tempo que percorremos o trecho, e para nossa surpresa, encontramos representantes de povos que ocuparam por primeiro estas terras. São índios que hoje se abrigam sob a ponte Jorge Lacerda.
O grupo é formado por adultos e crianças. De longe eles acenam, enquanto tecem os balaios que vão vender mais tarde. Na margem as panelas que usam para preparar os alimentos. Cozinham utilizando a água do rio, apenas fervem, algo impensável para nós, mas comum para eles.
Índios se abrigam sob a ponte Jorge Lacerda, entre Joaçaba e Herval.
Índios se abrigam sob a ponte Jorge Lacerda, entre Joaçaba e Herval.
São os retratos de um modo primitivo de vida, mas que continua tendo sua essência na natureza.
Natureza abundante
No rio do Peixe há o registro de 41 espécies de peixes, amostradas na área entre os municípios de Lacerdópolis e Piratuba/Ipira. Nas matas ciliares do rio, nesta mesma área amostral, foram registradas 16 espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas) , 17 espécies de répteis (lagartos e serpentes) com registro da espécie de cágado ameaçada de extinção Phrynops williamsi , 153 espécies de aves , 23 espécies de mamíferos com espécies ameaçadas como jaguatirica (Leopardus pardalis) e paca (Cuniculus paca) e 63 espécies de borboletas e mariposas, estas registradas nas matas ciliares do rio do Peixe entre os municípios de Ouro e Capinzal. E na bacia hidrográfica do rio do Peixe em uma análise geral foram registradas 50 espécies de orquídeas e 13 espécies de bromélias. (Dados Wikipedia)
Para saber mais sobre o rio acesse o site do Comitê Rio do Peixe. Nele você encontrara um grande número de informações e dados. Clique Aqui!
Está série de reportagens sobre o Rio do Peixe é produzida pelo Portal Éder Luiz e conta com o apoio do Comitê Rio do Peixe.


Fonte: ederluiz.com.vc