O Rio o Peixe na divisa entre Luzerna e Ibicaré. (Fotos: Portal Éder Luiz) |
Você já se perguntou ou parou para pensar no quanto consumimos de água entre os municípios de Joaçaba, Herval e Luzerna? E já refletiu se teremos para sempre este suprimento fornecido pelo Rio do Peixe que é vital a nossa sobrevivência?
Na terceira reportagem desta série buscamos responder estas perguntas. O objetivo é levar até você informações que nem sempre encontramos, mas que deveriam ser questões amplamente discutidas. Afinal, nossa sobrevivência e a do Rio do Peixe são assuntos extremamente importantes.
Está série de reportagens sobre o Rio do Peixe é produzida pelo Portal Éder Luiz e conta com o apoio do Comitê Rio do Peixe. Para ler as demais reportagens Clique Aqui!
Consumo em constante crescimento
Além de cortar a área urbana de Joaçaba, Herval e Luzerna, o Rio do Peixe banha outras tantas comunidades desde o município de Calmon, onde nasce, até desaguar no Rio Uruguai, no município de Alto Bela Vista.
Neste trajeto, de 299 quilômetros, recebe muitos dejetos e resíduos, que atingem a qualidade da água. Para que possamos usufruir do abastecimento é necessário um tratamento contínuo. Em Joaçaba , Herval e Luzerna, este trabalho é feito pelo Serviço Intermunicipal de Água e Esgoto (Simae).
Mas nem sempre foi assim, até o final de década de 60 o tratamento era precário. Foi em 1968 que a autarquia responsável por água e esgoto foi criada, sendo inaugurada oficialmente me 1971.
A captação e estação de tratamento construída na época, com capacidade para tratar 288.000 litros/hora, teve que ser adaptada devido ao crescimento populacional e aumento da demanda, está atualmente em 748.000 litros/hora.
A estação de tratamento para atender a demanda atual dos três municípios trabalha em uma media de 20 horas / dia tratando cerca de 12.600.000 litros/dia e atendendo a 20.800 unidades consumidora, cerca de 50 mil habitantes.
“Para verificar a qualidade da água são realizadas análises de monitoramento diária, mensal e semestralmente com o objetivo de se detectar possíveis substâncias ou microrganismos com potencial impacto à saúde pública, bem como ao processo de tratamento de água”. Destaca Aluir Flemming, Diretor Presidente do Simae.
Redução de perdas
Desde o não de 1998 o Simae conta com uma equipe e equipamentos próprios para a pesquisa e redução de vazamentos e conseguiu reduzir expressivamente os índices de perdas, trabalhando com indicadores abaixo da média nacional. O resultado médio do ano de 2015 até o mês de novembro está em 27,19%, mas a meta no Plano Municipal de Saneamento é chegar a 25% em 2017.
Onde estamos errando e prejudicando o rio
Um dado repassado pelo Simae chama a atenção para a ação humana e como podemos interferir não só na preservação do rio, mas também no próprio serviço de captação de água.
As maiores dificuldades encontrados pela autarquia no trabalho de captação é a grande quantidade de garrafas pet e sacolas plásticas carregadas pela água que ficam presas ao sistema de gradeamento, dificultando a captação. Quando o volume é muito grande todo o sistema de captação tem que ser interrompido para que possam ser feitas limpezas.
Desenvolvimento x Abastecimento
Segundo revela o presidente Aluir Flemming, uma das grandes preocupações do SIMAE são as concessões de licenças e autorizações para a construção de barragens para geração de energia no Rio. “Essas obras podem vir em uma época de estiagem a diminuir consideravelmente a vazão e níveis de cotas de captação”.
Futuro do abastecimento nos três municípios
O SIMAE já está de posse de um projeto para captar até 1.080.000 litros /hora, através de um novo sistema de captação. O projeto está na dependência das liberações de licenças ambientais para iniciar as obras. Ainda em 2015 a autarquia contratou um projeto para ampliação da Estação de Tratamento de Água para adequar para a nova vazão, que deve ser entregue no mês de janeiro de 2016 , e iniciar as obras dentro do mesmo ano.
Quanto ao abastecimento para as futuras gerações, o presidente prefere ser otimista.
“Em todo este tempo, de 1971 até os dias de hoje, mesmo nas estiagens mais rigorosas o Rio do Peixe sempre nos possibilitou captar e tratar a água nunca deixando a população dos três municípios desabastecida. Mas para que siga desta maneira precisamos seguir preservando o Rio, sua diversidade e a mata ciliar”.
Portanto, é quase impossível responder a pergunta do título desta reportagem, mas ao menos sabemos o que fazer e o que não fazer para que posamos seguir por muito tempo tendo água para Joaçaba, Herval e Luzerna. O mais importante é ter a noção que a maior responsabilidade sobre a abundância ou a falta será sempre nossa!
Para saber mais sobre o rio acesse o site do Comitê Rio do Peixe. Nele você encontrara um grande número de informações e dados. Clique Aqui!
Fonte: ederluiz.com.vc