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Quando a vida não acaba! Saiba como o HUST atua salvando vidas com a captação de órgãos e tecidos

Doar órgãos e tecidos é um gesto de solidariedade e amor ao próximo. Mesmo que a decisão, na maioria das vezes, tenha que ser tomada em um momento difícil para a família, o ato pode amenizar o sofrimento de diversas outras pessoas, que aguardam na fila de espera por um transplante.

Segundo os dados de agosto divulgados pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do Estado de Santa Catarina (CNCDO/SC), 687 pessoas aguardavam por um transplante no Estado. Neste período, 35 mortes encefálicas foram diagnosticadas, entretanto apenas 14 doações efetivadas. Apesar dos números evoluírem dia a dia no Brasil, ainda é preciso melhorar especialmente no que se refere à conscientização.

No Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), em Joaçaba, a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), formada por enfermeiros, médicos e psicólogos, é a responsável por acompanhar todo o processo interno de doação, desde o diagnóstico do paciente que apresenta morte encefálica até o contato com a família e a doação efetiva. A presidente da comissão e coordenadora da equipe de Enfermagem do HUST, Leandra Cancian, explicou que a partir do diagnóstico de morte cerebral, o processo de doação pode levar até 72 horas.

— Para realizar a doação o paciente precisa ter a confirmação de morte encefálica. Quando existe a suspeita, diversos exames que chamamos de protocolo de confirmação de morte encefálica, são realizados e repetidos seis horas após o resultado dos primeiros. A partir da confirmação por dois médicos, sendo um obrigatoriamente neurologista, a comissão é acionada, conversa com a família e com a aprovação realizamos a captação — comentou.

Enfermeiras e membros da CIHDOTT, Leandra Cancian (E) e Mayara Chiamulera.


Desde 2001 o HUST realiza a captação de múltiplos órgãos, contabilizando mais de 30 até o momento. A partir de 2006, realiza também o transplante de córneas, procedimento efetuado pelo médico Ricardo Stock. Conforme os dados repassados pela presidente do CIHDOTT, no ano de 2015, seis protocolos de morte encefálica foram abertos no HUST, destes, dois efetivaram a doação.

— O doador em morte encefálica pode doar o coração, os pulmões, o fígado, o pâncreas, o intestino, os rins, as córneas, os vasos, a pele, os ossos e os tendões — esclareceu.

Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à família o desejo da doação.  A partir do momento em que a morte encefálica é constatada e o processo de doação autorizado, a comissão comunica a CNCDO/SC, que seleciona os receptores e avisa as equipes de transplante para irem ao hospital realizar a captação dos órgãos do doador e levá-los ao local onde será realizado o transplante.

Conforme dados da CNCDO/SC, no primeiro semestre do ano, o Estado ficou em primeiro lugar no ranking de doações do Brasil, com 30,6 doadores efetivos por milhão de população.

Dia Nacional da Doação de Órgãos 

O Dia Nacional da Doação de Órgãos é comemorado no próximo domingo, 27 de setembro. Para conscientizar a população sobre a importância em doar, diversas campanhas são realizadas em todo o país.

No Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), duas ações marcarão a data. Nesta sexta-feira (25), uma palestra motivacional, realizada por um transplantado de pulmão, será oferecida para os colaboradores. Zico do Prado contará sua trajetória de vida e como está após o transplante.

Já no dia 30 de setembro, a equipe de Enfermagem do HUST participará da palestra Acolhimento humanizado à família enlutada.

Texto: Jessica Novello

Fonte: ederluiz.com.vc