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Governo propõe que todos os chamados ao Samu em SC sejam atendidos em Florianópolis

O Governo de SC apresenta oficialmente nesta quinta-feira a proposta para criar em Florianópolis uma Central Estadual de Regulação do Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu), em substituição às atuais oito centrais regionais.

Na prática, a operação das ambulâncias e o encaminhamento aos hospitais continuam os mesmos, mas a coordenação e a logística de funcionamento teriam uma central única, que receberia as ligações e distribuiria o atendimento.

A Secretaria de Saúde do Estado admite que o objetivo é cortar custos, mas garante que a mudança não trará prejuízos à população. Já a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de SC (Fetessesc) reclama de precarização do trabalho e diz que a medida aumentará o tempo de espera para os pacientes.

A ideia do governo será discutida no 6º Encontro do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems), a partir das 9h desta quinta, em Laguna.

Conforme o secretário da Saúde, João Paulo Kleinübing, o projeto de centralização começou a ser estudado no início deste ano e a expectativa é que, se aprovado pelo conselho, ele entre em prática em outubro ou novembro. A estimativa é que o Estado economize de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês em repasses ao serviço.

- Não se discute diminuir o atendimento, o número de ambulâncias não será afetado. Trabalhamos com a otimização dos recursos - afirma.

Demissões em jogo

Para a Fetessesc, além de piorar as condições de trabalho e de comunicação entre as equipes, já que os rádio-operadores e os médicos reguladores ficariam todos na Capital, a alteração impactará atendimento aos moradores.

Presidente da Federação, Cleber Ricardo Cândido acredita que o processo ficará comprometido com as demandas em uma realidade estadual, que terá dificuldades em solucionar com agilidade questões de deslocamento e localização nas regiões.

- Hoje o tempo médio de atendimento é 10 minutos e a gente calcula que vá demorar 50% a mais para dar o start na chamada, para acionar a ambulância e buscar vagas em hospitais neste novo modelo - avalia.

A federação fala também em cerca de 300 demissões e sobrecarga aos funcionários na central em Florianópolis. A Saúde declara que o número de desligamentos não deve ser tão grande - a quantidade de médicos reguladores diminuiria de 160 para 90 - e garante que haverá reforço no quadro da nova estrutura estadualizada.

Medida dá início a debates entre 
entidades, municípios e Estado

Os representantes das Câmaras de Vereadores da Associação de Municípios da Região Carbonífera (Amrec), do Extremo Sul Catarinense (Amesc) e da Região Lagunar (Amurel) se reuniram ontem à tarde no Plenarinho da Câmara de Vereadores de Criciúma, para tratar da redução da estrutura de regulação do Samu no Estado. O encontro foi motivado pela Comissão de Saúde da Câmara, por meio do vereador Daniel Freitas (PP).

- Vamos encaminhar um documento ao governador e ao secretário de Estado da Saúde. A vantagem do serviço do Samu é a agilidade, e isso só vai piorar os atendimentos - disse Freitas.

Sindicato em SC discute o tema

Já o vice-presidente da Comissão da Saúde da Assembleia Legislativa (Alesc), o deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB) diz se tratar de uma medida "arriscada" e "radical", mas que pode ser aplicada sem maior prejuízo ao atendimento aos pacientes _ desde que com muita atenção.

- A Secretaria de Saúde deve ter em mente o grau de responsabilidade que isso representa. Teoricamente, haverá mais demora nos atendimentos, e somente uma equipe extremamente ágil e competente poderia lidar com estes atendimentos sem afetar o serviço. Caso contrário, é uma atitude de risco - afirma.

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Estadual e Privada de Florianópolis e Região (SindSaúde-SC) irá se reunir hoje à tarde para debater o assunto. De acordo com a presidente Edileuza Fortuna, o encontro com os diretores na Capital deve resultar em um posicionamento oficial por parte do sindicato.

Fonte: Diário Catarinense