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Abandono: Conheça uma rodovia na região onde o motorista é obrigado escolher o buraco onde vai cair

Trecho entre Piratuba e o RS está 
em precário estado de conservação


Uma rodovia onde você não tem como desviar dos buracos, já que a única opção é escolher em qual deles prefere cair. Esta é a situação da SC-135 que liga o município de Piratuba ao Rio Grande do Sul e é um importante corredor de acesso entre os dois Estados. Os buracos estão por todos os lados e são consideradas verdadeiras crateras.

A equipe de reportagem da Rádio Catarinense, com uso de uma régua escolar, mediu o tamanho do descaso do Governo do Estado para com os usuários da rodovia. Muitos buracos, principalmente entre o trevo de Piratuba e a Usina de Machadinho, atingem o recorde de quase 30 centímetros de profundidade. São verdadeiras armadilhas ao ar livre e que ficam mascaradas em dias de chuva, tornando o trecho ainda mais perigoso. “Não dá pra acreditar que nossas autoridades deixaram a rodovia chegar neste ponto lamentável e que não fazem nada com urgência, é muito triste isso” comentou Rodrigo de Lima, motorista de uma empresa que passa três vezes por semana pela SC. Mesmo os motoristas mais experientes, que passam com frequência pelo trecho, são surpreendidos a cada dia com novos buracos. “Não tem como desviar, você tem que escolher em qual buraco quer cair” observou o jornalista Marcelo Santos que utilizada a rodovia semanalmente e que somente este ano teve duas rodas amassadas e um pneu rasgado. “Tem buraco na fila esperando pra entrar” grita um morador ao perceber que a rodovia estava sendo fotografada.

O mais curioso é que esta rodovia é importante, principalmente para o município de Piratuba. Centenas de ônibus de empresas de turismo do RS usam o trecho e sofrem as consequências do descaso público. Um levantamento realizado mostra que mais de 50% dos turistas que frequentam o balneário, chegam ao município através deste acesso. Em apenas uma foto, que ilustra esta matéria, é possível identificar 20 buracos em menos de 5 metros.

Passando pelo local a impressão que se tem é que em determinados locais o asfalto se transformou numa estrada de chão com brita. Em muitos pontos as lavouras se transformaram em desvios sendo transformadas em terceira pista. A camada de pavimentação está desaparecendo e os moradores locais, de tanto reclamar e reivindicar, já perderam a esperança de contornar a situação dentro de um curto espaço de tempo.

O que diz o Governo de SC
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com o Secretário de Desenvolvimento Regional de Concórdia, Fábio Férri. Realista diante dos fatos expostos, ele admitiu que a rodovia encontra-se em estado deplorável de conservação. De acordo com ele a revitalização, com custo de R$ 20 milhões, segundo estimativas iniciativas, foi incluída no Orçamento Regionalizado e é uma das prioridades para 2016. “A comunidade não aguenta mais a situação, a expectativa é que no próximo ano possamos realizar a obra, já que o orçamento regionalizado agora é impositivo e essa é a nossa expectativa” declarou ele.

Questionado sobre medidas paliativas, como uma nova operação tapa-buracos, o Secretário Fábio Férri, informou que seria necessário um valor superior a R$ 4 milhões e com uma durabilidade em torno de apenas um ano. O mais viável é a revitalização. “É preciso revitalizar, vários tapas buracos já feitos. É uma situação difícil pois se deixou a chegar a este ponto, e tanto tapa buracos e revitalização seria um custo altíssimo” explicou o secretário. Junto com os prefeitos da região, o Secretário Fábio Férri disse que mesmo com os custos altos estuda-se medidas emergências que poderão ser adotadas já a partir do próximo mês. A comunidade, e usuários da rodovia, aguardam e ficam na expectativa de uma solução urgente.

Turismo de Piratuba no prejuízo
O prefeito de Piratuba, Claudirlei Dorini, disse que o turismo do município sofre prejuízos em razão do estado em que se encontra a rodovia. Por ano o balneário recebe mais de 400 mil pessoas, sendo que 50% destes turistas são oriundos do RS e entram no Estado através da SC-135, via Maximiliano de Almeida. O prefeito tem acompanhado de perto a situação e cobrado os órgãos responsáveis principalmente com relação a medidas paliativas, como a operação tapa-buracos. “ Estamos em tratativas há meses para uma operação tapa-buracos, mas nos passaram que o problema são recursos, não é simples, é muita quantidade de asfalto, temos conversado para viabilizar” destacou o prefeito.


A rodovia foi implantada há cerca de 15 anos pela empresa Camargo Corrêa que construiu a Usina Hidrelétrica de Machadinho. Logo após a construção da Usina a rodovia foi transferida para o Governo do Estado que assumiu a responsabilidade, mas nunca executou a manutenção de forma adequada. Além da falta de manutenção, outra situação que agrava o problema é o trânsito pesado com caminhões que danificam a pavimentação.

Por Marcelo Santos















Fotos: Portal de Marcelino

Fonte: Rádio Catarinense