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Fatores que afetam a saúde mental do trabalhador foram discutidos na Unoesc

O 4º Seminário de Saúde do Trabalhador ocorreu na noite desta terça-feira (28), na Unoesc Joaçaba. O tema discutido foi saúde mental e trabalho. O professor doutor da UFSC, Roberto Moraes Cruz, apresentou os principais desafios ligados à prevenção da saúde e propôs como estratégia a ação conjunta entre universidade, sindicatos e Ministério Público, para reduzir os acidentes de trabalho. Um fato preocupante, hoje, é a grande incidência de doenças em trabalhadores cada vez mais jovens.

Segundo a palestrante e assistente social do INSS, Marisa Magali Maieski Wames, as doenças mais recorrentes e predominantes nos dez municípios pesquisados são as osteomusculares, entre as quais estão as tendinites. Além disso, a faixa etária dos 50 aos 59 anos foi a que mais acessou a aposentadoria por invalidez.

O professor Roberto Moraes Cruz identificou três grandes dimensões do trabalho que afetam a saúde mental. Em primeiro lugar estão as condições de trabalho.

— Trabalhos insalubres não provocam apenas reflexos biológicos, físicos e químicos no organismo, mas deterioram as funções cognitivas e de percepção, além de reduzirem a capacidade de controle da fadiga mental — explicou.

Outro fator é a falta de organização do fluxo do trabalho. Tanto o empregador como o trabalhador precisam lidar melhor com o intervalo, hora extra, terceirização, bem como a densidade e ritmo de trabalho.

— O terceiro aspecto, não menos grave, é a qualidade da relação entre as pessoas no ambiente de trabalho, que abrange os processos de convencimento, liderança, assédio e pressão. A relação entre as pessoas impacta fortemente no campo afetivo e moral, portanto é uma grande fonte de agravos na saúde mental do trabalhador — afirmou.



Ambos os pesquisadores relataram que a alta incidência de lesões, estresse e depressão tem acometido os trabalhadores mais jovens, da faixa etária entre 19 a 25 anos. Casos como esses são registrados, principalmente, nas empresas frigoríficas de Santa Catarina.

— Diante dessa realidade, cabe à universidade além de produzir conhecimento, servir como articuladora dos atores sociais: estudantes, sindicatos, coordenadores de curso e professores. Dessa forma será possível interferir na realidade da saúde do trabalho, por meio da diversidade de opiniões, diagnósticos e soluções — concluiu.

Fotografias dos participantes do concurso foram expostas no evento


Texto: Dhébora Santiago

Fonte: http://www.ederluiz.com.vc