Presidente do PT federal, Rui Falcão divulgou um artigo sobre o 5º Congresso da legenda, que ocorrerá em junho. Defendeu um "reencontro" dos petistas "com o PT dos anos 80". Manifestou o desejo de "reatar com movimentos sociais, juventude, intelectuais, organizações da sociedade". Reconheceu que tais segmentos, antes "representados" no partido, hoje lhe são "alheios, indiferentes ou, até, hostis". Atribuiu o fenômeno a "alguns erros políticos" cometidos pelo PT.
Isolado no Legislativo e fustigado nas praças, o PT agora considera que as alianças partidárias já não bastam para assegurar a sustentação do governo Dilma Rousseff. Falcão escreveu que "é vital ampliar a governabilidade meramente institucional e estendê-la à sociedade, levando às ruas a defesa do programa vencedor, organizando a população para defender o nosso projeto e a lutar por reformas estruturais." Não explicou como o meio-fio irá prover os votos que os aliados sonegam a Dilma no Congresso.
A certa altura do artigo, Falcão reconheceu indiretamente que os 12 anos de poder federal levaram o PT à sepultura. Esse reconhecimento aparece no trecho em que o companheiro escreve que o retorno às ruas "vai exigir do PT um renascimento." Só pode renascer, por óbvio, quem já morreu.
Embora reconheça que o PT cometeu "erros políticos", Falcão se absteve de enumerá-los. Não fez menção aos crimes do mensalão, que levaram a cúpula partidária a passar uma temporada na penitenciária da Papuda. Tampouco citou as suspeitas levantadas conta o PT na Operação Lava Jato, que apura a pilhagem na Petrobras.
Falcão listou algumas tarefas que considera importantes para a fase pós-renascimento: "Dar mais organicidade ao PT, maior consistência política e ideológica às direções e militantes de base, combater os sinais de burocratização, afastar o pragmatismo exagerado, reforçar os valores da ética na política, não dar trégua ao ‘cretinismo' parlamentar - tudo isso é condição para atingir nossos objetivos intermediários e estratégicos." Acha necessário também atualizar o programa do PT.
A despeito do cheiro de autocrítica que exala do seu texto, Falcão não desceu completamente de sua tradicional empáfia. Anotou que a oposição, inconformada com o "quarto triunfo eleitoral consecutivo" do PT, "chega a flertar com o golpismo". E a "mídia monopolizada" mantém o PT sob "contínuo ataque."
Em certos trechos, Falcão soou desconexo. Como nesse: "A oposição e seus veículos de comunicação empenham-se em disputar os rumos da política econômica, tentando impor um programa alternativo ao que foi escolhido pelo povo brasileiro nas urnas." Falcão parece não ter notado que, eleita, Dilma sequestrou a agenda de Aécio Neves, baixando as medidas impopulares que acusava o rival de tramar.
Noutra passagem, Falcão acusou os antagonistas do PT de investirem "contra a Petrobras, não com o fito de combater a corrupção - como os governos Lula e Dilma sempre fizeram." Quem investiu contra a Petrobas foram os partidos que enfiaram diretores desonestos nos cofres da estatal. Entre eles o PT. E quem combate a corrupção é o Ministério Público Federal e a Justiça, com o auxílio institucional da Polícia Federal. Os governos petistas não combateram a corrupção. Praticaram-na.
Retomando uma antiga cantilena, Falcão acrescentou que o objetivo da oposição é "fragilizar" a Petrobras para, "em última instância, forçar a privatização da empresa, como tentaram fazer durante o governo FHC." O companheiro ainda não notou, mas a petroleira foi privatizada no balcão da baixa política. O caso agora é de reestatização.
Fonte: Rádio Videira AM
Isolado no Legislativo e fustigado nas praças, o PT agora considera que as alianças partidárias já não bastam para assegurar a sustentação do governo Dilma Rousseff. Falcão escreveu que "é vital ampliar a governabilidade meramente institucional e estendê-la à sociedade, levando às ruas a defesa do programa vencedor, organizando a população para defender o nosso projeto e a lutar por reformas estruturais." Não explicou como o meio-fio irá prover os votos que os aliados sonegam a Dilma no Congresso.
A certa altura do artigo, Falcão reconheceu indiretamente que os 12 anos de poder federal levaram o PT à sepultura. Esse reconhecimento aparece no trecho em que o companheiro escreve que o retorno às ruas "vai exigir do PT um renascimento." Só pode renascer, por óbvio, quem já morreu.
Embora reconheça que o PT cometeu "erros políticos", Falcão se absteve de enumerá-los. Não fez menção aos crimes do mensalão, que levaram a cúpula partidária a passar uma temporada na penitenciária da Papuda. Tampouco citou as suspeitas levantadas conta o PT na Operação Lava Jato, que apura a pilhagem na Petrobras.
Falcão listou algumas tarefas que considera importantes para a fase pós-renascimento: "Dar mais organicidade ao PT, maior consistência política e ideológica às direções e militantes de base, combater os sinais de burocratização, afastar o pragmatismo exagerado, reforçar os valores da ética na política, não dar trégua ao ‘cretinismo' parlamentar - tudo isso é condição para atingir nossos objetivos intermediários e estratégicos." Acha necessário também atualizar o programa do PT.
A despeito do cheiro de autocrítica que exala do seu texto, Falcão não desceu completamente de sua tradicional empáfia. Anotou que a oposição, inconformada com o "quarto triunfo eleitoral consecutivo" do PT, "chega a flertar com o golpismo". E a "mídia monopolizada" mantém o PT sob "contínuo ataque."
Em certos trechos, Falcão soou desconexo. Como nesse: "A oposição e seus veículos de comunicação empenham-se em disputar os rumos da política econômica, tentando impor um programa alternativo ao que foi escolhido pelo povo brasileiro nas urnas." Falcão parece não ter notado que, eleita, Dilma sequestrou a agenda de Aécio Neves, baixando as medidas impopulares que acusava o rival de tramar.
Noutra passagem, Falcão acusou os antagonistas do PT de investirem "contra a Petrobras, não com o fito de combater a corrupção - como os governos Lula e Dilma sempre fizeram." Quem investiu contra a Petrobas foram os partidos que enfiaram diretores desonestos nos cofres da estatal. Entre eles o PT. E quem combate a corrupção é o Ministério Público Federal e a Justiça, com o auxílio institucional da Polícia Federal. Os governos petistas não combateram a corrupção. Praticaram-na.
Retomando uma antiga cantilena, Falcão acrescentou que o objetivo da oposição é "fragilizar" a Petrobras para, "em última instância, forçar a privatização da empresa, como tentaram fazer durante o governo FHC." O companheiro ainda não notou, mas a petroleira foi privatizada no balcão da baixa política. O caso agora é de reestatização.
Fonte: Rádio Videira AM