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Número de casos de dengue em Santa Catarina bate recorde histórico

Santa Catarina enfrenta duas situações inéditas no surto de dengue que atinge principalmente a cidade de Itajaí: alcançou o maior número de casos já registrados, 368, desde que a doença passou a ser acompanhada pelo Estado na Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). É também a primeira vez em que há mais transmissões do vírus dentro do território catarinense do que casos importados de outros locais.

- Nós não queremos pensar em Santa Catarina como um Estado com transmissão de dengue. Acontece de forma localizada, as ações estão sendo deflagradas para diminuir esse risco e a gente não pode acreditar que essa seja uma realidade daqui para a frente - disse a gerente de controle de zoonoses da Secretaria estadual de Saúde, Suzana Veccer.

O excesso de chuvas e o forte calor favorecem a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti, mas só essa situação não é capaz de explicar o surto. A entrada do vírus em uma área já infestada pelo inseto responsável por espalhar a doença foi fundamental para o surto.

O problema está concentrado no município portuário, que registra 86% dos casos de dengue. Mais especificamente em dois bairros: São Vicente e Cordeiros. É ali que está a infestação do mosquito e onde as novas infecções estão sendo registradas.

Desde 2002, o máximo que já tinha sido registrado em transmissões de dengue dentro de Santa Catarina, foram 19 casos em 2013. Em 2015, longe de acabar o período de maior força da presença do mosquito transmissor, que se encerra em maio, já são 304 casos de pessoas infectadas dentro do Estado.

Multa contra falta de cuidado chega a R$ 2 mil

A prefeitura de Itajaí e a Secretaria de Saúde estadual estão trabalhando em conjunto para diminuir o número de casos e estancar novas contaminações pelo vírus da dengue. O município já recebeu quase duas mil denúncias de terrenos com possíveis focos do mosquito, por meio da Defesa Civil, e está trabalhando com mutirões para a retirada de entulho nos bairros mais atingidos da cidade.

Em paralelo, a Câmara de Vereadores tenta aprovar uma multa para quem descumprir a intimação para limpar o terreno. O valor pode chegar a R$ 2.749,20, além do fechamento do estabelecimento, no caso de ferros-velhos e borracharias, por exemplo.

Os esforços tem que se concentrar na eliminação dos locais em que o mosquito pode se reproduzir para evitar que a doença se torne endêmica, ou seja, que passem a ocorrer contaminações todos os anos dentro do Estado.

- O município deu uma relaxada nas ações do ano passado para esse ano. Aí veio o surto - diz a médica infectologista, Rosalie Knoll, que também é professora da Univali.

A médica alerta para o risco de que, se a doença voltar a ocorrer no próximo ano, a segunda contaminação pelo vírus tem mais chances de levar à forma mais perigosa da doença, chamada de dengue hemorrágica. Ela afirma que quem tiver sintomas da doença, como manchas vermelhas, dores musculares e atrás dos olhos deve procurar imediatamente atenção médica, sem se automedicar.

Fonte: Rádio Videira AM