A carreta conduzida por Eduardo estava carregada com óleo de soja e descia na BR 277, quando no km 48, o motorista teria dormido, atravessado a mureta que dividia as pistas, acabando por colidir de frente com um caminhão que seguia sentido Curitiba, no Paraná. Informações afirmam que o motorista Eduardo foi ejetado e a carreta passou por cima do corpo.
Dois irmãos, duas mortes. A família Kubis, de Piraí do Sul, Paraná, sofre com mais uma perda em menos um mês. Danilo Souza Kubis morreu no último dia 19, em Caçador, dirigindo um caminhão que colidiu com um ônibus de estudantes. Hoje (16) o seu irmão Eduardo Gabriel Souza Kubis morreu tragicamente na BR 277, também caminhoneiro. Uma entrevista dada por Eduardo dias atrás revela o apego pelo irmão, pessoa quem considera um herói.
Para Eduardo, o irmão Danilo era um ótimo motorista e não seria culpado pela tragédia ocorrida em Caçador.
"Eu e ele viajávamos juntos. Eu sei o jeito que ele andava, eu sei o motorista que ele era. E eu sei que ele não teria a incompetência de ultrapassar um carro pequeno, naquela chuva que tava, em uma ponte sem acostamento", disse.
"Só de carteira assinada de caminhão ele tem cinco. De dez pra onze anos ele começou a viajar com meu pai de caminhão, a primeira pessoa a saber do acidente", acrescenta Eduardo.
O jovem também revela a tristeza de perder o irmão de forma trágica.
"É triste você ver a vida de uma pessoa acabar daquele jeito. Eu sei a pessoa que o meu irmão era. Se foi imprudência dele a gente terá que se conformar. Ninguém é 100% perfeito. Mas é muito triste buscar o meu irmão do jeito que fui buscar (em Caçador)", declarou.
Nas últimas palavras da entrevista, Eduardo chama o irmã de herói.
"Ele fez o instinto de qualquer pessoa que está atrás de um volante: se você vê um carro parado, automaticamente você irá desviar. E o que ele fez? Ele tirou o caminhão para não matar uma família (do carro) e acabou matando a si mesmo. Eu fico triste. Tirou a própria vida", finaliza.
"Nós somos a mudança"
Pelo Whatsapp, Eduardo também conversou com a nossa reportagem e falou, na época, sobre a greve dos caminhoneiros que aconteceu entre fevereiro e início de março. Para ele não resta dúvidas:
"Nós somos a mudança. Não só nós, motoristas, [mas] professores, jornalistas, empresários, todos temos que nos unir por um Brasil melhor", escreveu.
O que Eduardo queria era rodovias estaduais, federais e municipais mais trafegáveis, mais seguras e com mais assistências.
"Nós somos jovens, temos um futuro pela frente. Temos que lutar pelos nossos direitos", finaliza.
- Fonte: informe