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Exposição sobre a Guerra do Contestado abre com capacitação para professores em Videira

Desde a manhã desta terça-feira (17), a comunidade videirense já pode visitar a exposição Guerra do Contestado: 100 Anos de Memórias e Narrativas, no Museu do Vinho Mario de Pellegrin. A mostra é uma parceria com a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e retrata com detalhes a guerra que marcou a história de Santa Catarina. Uma capacitação, para professores das redes municipal e estadual de ensino, marcou a abertura da exposição. Cerca de 40 educadores participaram do curso ministrado pela arte-educadora do Museu Histórico de Santa Catarina - Márcia Lisboa Carlsson, que teve o propósito de instruir os professores a inserirem visitas a museus durante o ano letivo e a melhor maneira de aproveita-las, com ênfase na exposição sobre a Guerra do Contestado.

"O Museu é uma instituição muito antiga e por estar sempre ligado à história e ao patrimônio pode agregar muitos valores à educação e ao processo de ensino-aprendizagem. Eu, particularmente, considero o museu uma ferramenta fantástica na educação, pois tudo o que o aluno aprenda na escola, ele pode conferir no museu, de uma maneira muito mais real e palpável", explicou a arte-educadora. Ela destacou que em cada visita ao museu é possível estudar singularidades das exposições visitadas e o professor tem papel fundamental nisso. "O museu privilegia o objeto, podendo sempre problematizar e contextualizar a história. No caso da exposição sobre a Guerra do Contestado, o professor vai poder traçar um paralelo de antigamente com a atualidade, explorar questões ecológicas e fundiárias, além de trabalhar itens históricos e geográficos como a ferrovia e mapa da região".

Para a professora da escola de Educação Básica Municipal Joaquim Amarante, Berenice Peretti, a capacitação foi bastante interessante. "Eu sou muito ligada às artes visuais e o curso me abriu um leque de itens que eu vou poder trabalhar em sala de aula". Já o secretário municipal de Turismo e Cultura, Clemir Schmitt, salientou que tanto a escola quanto o museu trabalham a construção de conhecimento, porém de maneiras diferentes, o essencial, é que um complete o outro. "De uma simples temática, como a Guerra do Contestado, é possível explorar uma gama enorme de conteúdo. A Secretaria de Turismo e Cultura e a FCC incentivam os professores a levarem seus alunos no museu".

A Exposição
A exposição Guerra do Contestado: 100 Anos de Memórias e Narrativas, que abriu nesta terça-feira (17), fica em cartaz até 26 de abril, no Museu do Vinho Mário de Pellegrin. Para a montagem da exposição, que tem curadoria do pesquisador Fernando Romero, a equipe de técnicos da Diretoria de Patrimônio Cultural da FCC participou de vários estudos junto aos sítios históricos. Foram visitados os municípios de Irani, Taquaruçu (distrito de Fraiburgo), Três Barras, Porto União, Matos Costa, Calmon, Lebon Régis, além dos museus, arquivos e coleções nas cidades de Irani, Curitibanos, Campos Novos, Mafra, Lages, Porto União, Caçador, Matos Costa e Lebon Régis. O objetivo foi buscar subsídios para a construção das exposições temáticas, além de estabelecer contato com os agentes culturais.

A Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado colocou em evidência, pela primeira vez no Brasil, temas fundamentais do mundo contemporâneo: a ecologia, a liberdade religiosa, a posse da terra e a contestação de relações sociais arcaicas em pleno século XX. Teve grande influência nos rumos tomados pela sociedade catarinense no presente e deixou cicatrizes que até hoje reclamam nossa consideração.

Desde então, a Guerra foi narrada de diversas formas pelos diferentes personagens que dela tomaram parte e por aqueles que refletiram sobre ela posteriormente. Analisar essas narrativas é uma forma de recontar essa história com a perspectiva do presente. Recordar as marcas, reavivar as memórias, mostrar os lugares que lembram esse passado deve contribuir para analisarmos com outros olhos o nosso tempo atual e ver que muitos dos temas trazidos pelos rebeldes do Contestado continuam tão vivos como há 100 anos.




Fonte: Assessoria de Imprensa