Manifestação foi mantida por motoristas que afirmam não fazer parte de sindicato e dizem estar unidos em defesa da categoria
No dia em que se esperava o fim dos protestos de caminhoneiros no país, após o governo apresentar proposta à categoria, a mobilização ganhou força no Rio Grande do Sul. Tradicional ponto de concentração de caminhoneiros no Estado, Três Cachoeiras, no Litoral Norte, protagonizou a resistência dos motoristas em voltar às estradas após o aumento do preço do óleo diesel e do custo do transporte.
Sem acordo para liberar o tráfego de caminhões na BR-101, mais de 4 mil caminhoneiros seguiam concentrados às margens da rodovia e dentro da cidade com pouco mais de 11 mil habitantes.
Mobilizados desde terça-feira na BR-101, os veículos de carga ocupavam o acostamento e uma das faixas, liberando apenas a passagem de carros de passeio, ônibus e cargas hospitalares. Na manhã desta quinta-feira, após decisão judicial, motoristas foram avisados de que teriam de desocupar as margens da rodovia, sob pena de serem multados. Quando os primeiros caminhões tentaram sair, manifestantes impediram a passagem no quilômetro 25 da rodovia, entrando em conflito com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Uma pessoa foi detida.
— Tentamos um acordo para liberarem os caminhoneiros que quisessem seguir viagem, mas não tivemos sucesso — disse Alexandre Boff Bergamaschi, chefe da 3ª Delegacia da PRF.
Sem a identificação de líderes do movimento, a manifestação foi mantida por caminhoneiros que afirmam não fazer parte de sindicato e estarem unidos em defesa da categoria.
— Vamos continuar na luta, a nossa causa é justa, não temos condições de continuar na estrada desse jeito — reclama Tadeu Américo, 53 anos, de Sombrio (SC).
Para dar apoio à PRF, a Força Nacional de Segurança Pública deslocou equipe para o Rio Grande do Sul. Até a noite desta quinta-feira, a PRF não havia solicitado intervenção da tropa e a rodovia seguia com quilômetros de congestionamento no sentido Santa Catarina-Rio Grande do Sul.
Os caminhões parados no local estão carregados com cargas não perecíveis e perecíveis, como frutas, carnes e hortaliças. O bloqueio em diversos pontos do Estado já provoca desabastecimento de produtos em algumas regiões. Com o caminhão carregado com 25 toneladas de salmão, trazidos do Chile, o motorista Ari Oliveira, 50 anos, estava preocupado com a carga a ser entregue em Itajaí (SC) — avaliada em mais de R$ 300 mil.
— O caminhão tem câmera fria, mas depende de óleo para seguir resfriada — disse Oliveira, após rodar mais de 3 mil quilômetros na companhia da mulher Petronilia, 50 anos.
Conhecida como a cidade dos caminhoneiros, Três Cachoeiras está acostumada com protestos de motoristas e reforça a paralisação com ajuda de moradores e da prefeitura.
— A única forma de reivindicar é essa: bloqueando tudo — afirmou o prefeito, Nestor Sebastião, que foi presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Litoral Norte por 12 anos e acompanhou o protesto.
Ao meio-dia e à noite, a prefeitura ofereceu alimentação aos caminhoneiros no salão paroquial. Banheiros públicos e de casas de moradores foram oferecidos para caminhoneiros e familiares. A segurança na cidade foi reforçada por oito viaturas da Brigada Militar deslocadas de Porto Alegre.
Fonte: Zero Hora
No dia em que se esperava o fim dos protestos de caminhoneiros no país, após o governo apresentar proposta à categoria, a mobilização ganhou força no Rio Grande do Sul. Tradicional ponto de concentração de caminhoneiros no Estado, Três Cachoeiras, no Litoral Norte, protagonizou a resistência dos motoristas em voltar às estradas após o aumento do preço do óleo diesel e do custo do transporte.
Sem acordo para liberar o tráfego de caminhões na BR-101, mais de 4 mil caminhoneiros seguiam concentrados às margens da rodovia e dentro da cidade com pouco mais de 11 mil habitantes.
Mobilizados desde terça-feira na BR-101, os veículos de carga ocupavam o acostamento e uma das faixas, liberando apenas a passagem de carros de passeio, ônibus e cargas hospitalares. Na manhã desta quinta-feira, após decisão judicial, motoristas foram avisados de que teriam de desocupar as margens da rodovia, sob pena de serem multados. Quando os primeiros caminhões tentaram sair, manifestantes impediram a passagem no quilômetro 25 da rodovia, entrando em conflito com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Uma pessoa foi detida.
— Tentamos um acordo para liberarem os caminhoneiros que quisessem seguir viagem, mas não tivemos sucesso — disse Alexandre Boff Bergamaschi, chefe da 3ª Delegacia da PRF.
Sem a identificação de líderes do movimento, a manifestação foi mantida por caminhoneiros que afirmam não fazer parte de sindicato e estarem unidos em defesa da categoria.
— Vamos continuar na luta, a nossa causa é justa, não temos condições de continuar na estrada desse jeito — reclama Tadeu Américo, 53 anos, de Sombrio (SC).
Para dar apoio à PRF, a Força Nacional de Segurança Pública deslocou equipe para o Rio Grande do Sul. Até a noite desta quinta-feira, a PRF não havia solicitado intervenção da tropa e a rodovia seguia com quilômetros de congestionamento no sentido Santa Catarina-Rio Grande do Sul.
Os caminhões parados no local estão carregados com cargas não perecíveis e perecíveis, como frutas, carnes e hortaliças. O bloqueio em diversos pontos do Estado já provoca desabastecimento de produtos em algumas regiões. Com o caminhão carregado com 25 toneladas de salmão, trazidos do Chile, o motorista Ari Oliveira, 50 anos, estava preocupado com a carga a ser entregue em Itajaí (SC) — avaliada em mais de R$ 300 mil.
— O caminhão tem câmera fria, mas depende de óleo para seguir resfriada — disse Oliveira, após rodar mais de 3 mil quilômetros na companhia da mulher Petronilia, 50 anos.
Conhecida como a cidade dos caminhoneiros, Três Cachoeiras está acostumada com protestos de motoristas e reforça a paralisação com ajuda de moradores e da prefeitura.
— A única forma de reivindicar é essa: bloqueando tudo — afirmou o prefeito, Nestor Sebastião, que foi presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Litoral Norte por 12 anos e acompanhou o protesto.
Ao meio-dia e à noite, a prefeitura ofereceu alimentação aos caminhoneiros no salão paroquial. Banheiros públicos e de casas de moradores foram oferecidos para caminhoneiros e familiares. A segurança na cidade foi reforçada por oito viaturas da Brigada Militar deslocadas de Porto Alegre.
Fonte: Zero Hora