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Número de focos do mosquito transmissor da dengue aumentou 865% nos últimos três anos

Nos últimos três anos Santa Catarina viu o número de focos do mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti, aumentar 865% nas cidades do Estado. Só de 2013 a 2014, o aumento foi de 222%. A presença de um grande número desses insetos é um das condições para que um surto da doença possa se concretizar, o que aconteceu em Itajaí.

- É um conjunto de fatores. Aumento da população, com a entrada desse mosquito. A ação pública é outro fator. E a ação do cidadão também. Somados, uns mais e outros menos, possibilitam a infestação pelo mosquito - diz a gerente de vigilância de zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde, Suzana Zeccer.

Ela não atribui, no entanto, o aumento a uma diminuição do controle por parte dos órgãos responsáveis pela fiscalização, Estado e prefeituras. Para a gerente, a culpa é compartilhada entre um maior trânsito dos ovos e larvas do mosquito, que acabam entrando no Estado e peças de veículos antigos - por meio de ferros velhos - e pneus antigos, a falta de agentes suficientes em alguns municípios e uma redução do cuidado por parte da população para evitar água parada em seus terrenos.

Independente da responsabilidade, no entanto, o fato é que o número de mosquitos aumentou exponencialmente no Estado, com o número de focos encontrados aumentando de 612, em 2011, para 5294 em 2014. Pesquisadores entrevistas pelo DC relataram que foi a presença de tantos mosquitos transmissores que permitiu o desencadeamento do atual surto. O ciclo provavelmente se concretizou com a entrada na cidade de uma pessoa que tinha adquirido a dengue em outro Estado, que contaminou a população de insetos local e permitiu novas transmissçoes da doença.

A cidade de Itajaí é uma das oito consideradas infestadas. E a realidade não parece estar começando a mudar neste ano. Só no primeiro mês de 2015 e nestes poucos dias de fevereiro, já são 927 focos registrados. O município com maior número de focos, no entanto, é Chapecó, com 261 pontos de reprodução do mosquito da dengue encontrados.

Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) a dengue é uma doença infecciosa febril e um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pessoas com dengue podem apresentar febre, dor de cabeça, dor nos olhos e manchas vermelhas na pele. Alguns podem evoluir para formas graves da doença, apresentando manifestações hemorrágicas.

É recomendado para aqueles que estiveram nos últimos 14 dias em cidades com presença do aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados que procurem uma unidade de saúde para avaliação.

Fonte: Diário Catarinense