Os primeiros meses do ano de 2010 não saem da memória de muita gente na região do Meio-Oeste. Naquela época, as primeiras atividades do Instituto Federal Catarinense (IFC) em Luzerna traziam um misto de esperança, oportunidade e realização. Finalmente, chegava à região o ensino federal, público, gratuito e de qualidade – lema que a instituição difunde até hoje na oferta de cursos profissionalizantes e superiores.
O processo de federalização da antiga Escola Técnica Vale do Rio do Peixe (ETVARPE) iniciou um ano antes, em 2009. Já como IFC, no dia 25 de março de 2010 começaram as aulas dos três cursos técnicos: Automação Industrial, Mecânica e Segurança do Trabalho. A solenidade de inauguração aconteceu no dia 17 de maio. Naquela época, o câmpus levava a alcunha de Câmpus Avançado Luzerna, em razão da dependência administrativa ao IFC Videira.
No ano seguinte iniciaram as aulas do primeiro curso superior, Engenharia de Controle e Automação. Em julho de 2012 a instituição conseguiu a independência em relação ao Câmpus Videira, possibilitando ainda mais o crescimento do IFC no município e a agilidade nos processos internos e externos. Em 2013 iniciou o segundo curso superior, Engenharia Mecânica. Depois, em 2014, a modalidade de Ensino Médio Integrado inaugurou uma nova fase no ensino da região.
A qualidade do IFC Luzerna chamou a atenção de jovens vindos de regiões distantes do País, como Nordeste e Centro-Oeste. O instituto federal, ao mesmo tempo em que oportuniza a formação de mão de obra qualificada para o Brasil, foca a atuação de cada câmpus à realidade local, mediante a oferta de cursos alinhados aos arranjos produtivos da região em que está.
Abaixo você confere depoimentos de pessoas que acompanharam o início das atividades do IFC em Luzerna. Elas relatam os desafios nos primeiros anos de trabalho, contam como a instituição mudou a realidade local e comentam também o sentimento pessoal em fazer parte deste novo ciclo do ensino público regional.
Professor Eduardo Butzen, diretor-geral do câmpus
Em 2009, durante o processo de federalização, eu era professor da ETVARPE, mantida pela fundação CETEPI (Centro Tecnológico de Produção Industrial). Naquele ano, muito se falava sobre os institutos federais (IFs) e quão bom seria para a região que se efetivasse tal mudança. Aconteceu. Ainda em 2009 foi lançado o primeiro concurso público. Em função dos requisitos mínimos, não pude realizar. Porém, por conta da efervescência dos institutos, muitos professores foram embora, fazendo surgir novas vagas, e, no segundo concurso, em 2010, prestei prova e fui aprovado. Vi realizado o sonho pessoal de me dedicar exclusivamente à formação profissionalizante, por meio dos cursos técnicos já existentes e pelos cursos de engenharia que estavam no planejamento do câmpus.
Junto com os primeiros alunos, vieram as primeiras dificuldades por conta da infraestrutura insuficiente, falta de autonomia do câmpus e pela falta de pessoal para realizarmos todas as atividades com a devida qualidade. Assim, a luta pela emancipação foi iniciada, e, em julho de 2012, obtivemos mais uma vitória: deixamos de ser ligados ao Câmpus Videira e passamos a ser Câmpus Luzerna.
Desde então, pudemos pôr em prática um planejamento para atendermos 1200 alunos, com toda a infraestrutura necessária, quadro de pessoal adequado e, principalmente, uma gestão voltada para atender aos anseios da região, que nunca teve acesso ao ensino público e gratuito. Estamos no meio do processo de implantação da infraestrutura e de integralização dos cursos e pretendemos, em mais dois anos de trabalho, entregar um câmpus a altura da rede federal, inteiramente à disposição da população do Meio-Oeste catarinense.
Norival Fiorin, prefeito de Luzerna na época da implantação do IFC
O que me vem à cabeça quando lembro da época da chegada do IFC é muita alegria e felicidade. A instituição chegou aqui através de uma política do governo federal, e nós tivemos a felicidade de ter uma parceria com diversas pessoas que contribuíram nesse processo. Tínhamos aqui a ETVARPE, e a política federal de transformar as escolas técnicas em institutos federais. Luzerna se habilitou nesta demanda graças a uma correspondência da Ivane Fiorin Kerschbaumer, da ETVARPE. Depois disso tivemos uma luta bastante grande, com muitas pessoas, incluindo até viagens a Brasília. Aí tivemos a federalização, conforme votação unânime do conselho que administrava a escola.
A emancipação do IFC Luzerna foi outro passo importante, pois estávamos ligados ao câmpus do IFC de Videira. Aí ficamos muito mais felizes, graças ao arranjo entre todos os envolvidos.
Hoje o IFC Luzerna representa uma mola propulsora de desenvolvimento. Temos muitos empreendimentos no município, incluindo toda a questão imobiliária, graças ao nosso instituto. Parabenizo todos os envolvidos nessa história, e fico muito gratificado com o crescimento do IFC.
Moisés Diersmann, atual prefeito de Luzerna
Sinto um grande orgulho pelos cinco anos do IFC em Luzerna. Hoje a oferta da educação profissional e tecnológica gratuita traz um enorme benefício na formação e qualificação de nossa população, gerando um grande resultado no desenvolvimento socioeconômico. Importante também porque busca soluções técnicas e tecnológicas de acordo com as características da região, fortalecendo assim os arranjos produtivos e organizações industriais.
Quando uma instituição estimula a pesquisa aplicada, a região tem um grande resultado no desenvolvimento científico e tecnológico e também no fomento ao empreendedorismo, que é a base do desenvolvimento de uma nação.
Também percebemos que o mercado imobiliário de Luzerna aqueceu, pessoas de outras regiões do estado e país estão na cidade e promovem uma troca de culturas e outras vivências. Parabéns IFC Luzerna por seus cinco anos em nosso município. O poder público municipal é um grande parceiro e continuará sendo, para que juntos possamos promover o crescimento local e regional.
Adriana Antunes de Lima, assistente em
administração: uma das primeiras servidoras
Mesmo eu vindo de outra cidade, lembro que, na época, a comunidade local não tinha nenhum conhecimento sobre o IFC. As pessoas ligavam e pediam valores de mensalidade dos cursos. Quando a gente dizia que era tudo gratuito, não acreditavam. Acho que a nossa principal dificuldade era justamente essa: a falta de conhecimento por parte da população.
Outro desafio enfrentado eram os recursos, que eram muito escassos. Como ainda estávamos na condição de Câmpus Avançado, ligado administrativamente ao Câmpus Videira, tínhamos que solicitar materiais de lá. Obviamente o câmpus evoluiu muito neste tempo. Já somos reconhecidos pela comunidade, as empresas buscam parcerias com o instituto, nossa estrutura está melhorando.
Pessoalmente, minha entrada no IFC também foi um desafio. Eu estava assumindo um cargo público, em uma instituição de ensino – sendo que nunca tinha trabalhado nesta área. Acredito que, nestes cinco anos, cresci muito, tanto profissional como pessoalmente. E isso devo aos desafios que enfrentei junto com a instituição. Minhas melhores memórias são os sorrisos no rosto de cada aluno formado, com seu diploma, pronto para enfrentar o mercado de trabalho. É aí que percebo que todos os desafios valem o esforço.
Professor Jessé de Pelegrin, diretor do Departamento
de Ensino: um dos primeiros docentes
Entrei em exercício em janeiro de 2011. A vinda do IFC para Luzerna fez com que eu retornasse para a região, pois estava morando em Morretes (PR). Minha noiva morava aqui na época. Com o retorno, pudemos nos casar.
No início a população não sabia o que era o IFC. Mesmo assim, aqueles que tinham conhecimento ficaram felizes, pois até então os cursos técnicos da região eram pagos. Com a vinda do instituto tudo mudou. Acho que os primeiros desafios foram relativos à pouca infraestrutura; o baixo conhecimento da população sobre o que é o IFC; o nosso processo de compreensão quanto aos trâmites de compras para materiais e equipamentos; e também a falta de servidores específicos para cada área.
Hoje, com os profissionais e com a estrutura sendo montada, vejo que nosso câmpus tem tudo para ser referência nas áreas em que atuamos. Contando com todos os servidores, equipe pedagógica, psicóloga, assistente social, contadora, jornalista, auditora, enfim, todos especialistas em suas áreas, podemos formar nossos alunos com uma capacidade intelectual diferenciada.
Texto: Wagner Lenhardt
Fonte: http://www.ederluiz.com.vc
O processo de federalização da antiga Escola Técnica Vale do Rio do Peixe (ETVARPE) iniciou um ano antes, em 2009. Já como IFC, no dia 25 de março de 2010 começaram as aulas dos três cursos técnicos: Automação Industrial, Mecânica e Segurança do Trabalho. A solenidade de inauguração aconteceu no dia 17 de maio. Naquela época, o câmpus levava a alcunha de Câmpus Avançado Luzerna, em razão da dependência administrativa ao IFC Videira.
No ano seguinte iniciaram as aulas do primeiro curso superior, Engenharia de Controle e Automação. Em julho de 2012 a instituição conseguiu a independência em relação ao Câmpus Videira, possibilitando ainda mais o crescimento do IFC no município e a agilidade nos processos internos e externos. Em 2013 iniciou o segundo curso superior, Engenharia Mecânica. Depois, em 2014, a modalidade de Ensino Médio Integrado inaugurou uma nova fase no ensino da região.
A qualidade do IFC Luzerna chamou a atenção de jovens vindos de regiões distantes do País, como Nordeste e Centro-Oeste. O instituto federal, ao mesmo tempo em que oportuniza a formação de mão de obra qualificada para o Brasil, foca a atuação de cada câmpus à realidade local, mediante a oferta de cursos alinhados aos arranjos produtivos da região em que está.
Abaixo você confere depoimentos de pessoas que acompanharam o início das atividades do IFC em Luzerna. Elas relatam os desafios nos primeiros anos de trabalho, contam como a instituição mudou a realidade local e comentam também o sentimento pessoal em fazer parte deste novo ciclo do ensino público regional.
Professor Eduardo Butzen, diretor-geral do câmpus
Em 2009, durante o processo de federalização, eu era professor da ETVARPE, mantida pela fundação CETEPI (Centro Tecnológico de Produção Industrial). Naquele ano, muito se falava sobre os institutos federais (IFs) e quão bom seria para a região que se efetivasse tal mudança. Aconteceu. Ainda em 2009 foi lançado o primeiro concurso público. Em função dos requisitos mínimos, não pude realizar. Porém, por conta da efervescência dos institutos, muitos professores foram embora, fazendo surgir novas vagas, e, no segundo concurso, em 2010, prestei prova e fui aprovado. Vi realizado o sonho pessoal de me dedicar exclusivamente à formação profissionalizante, por meio dos cursos técnicos já existentes e pelos cursos de engenharia que estavam no planejamento do câmpus.
Junto com os primeiros alunos, vieram as primeiras dificuldades por conta da infraestrutura insuficiente, falta de autonomia do câmpus e pela falta de pessoal para realizarmos todas as atividades com a devida qualidade. Assim, a luta pela emancipação foi iniciada, e, em julho de 2012, obtivemos mais uma vitória: deixamos de ser ligados ao Câmpus Videira e passamos a ser Câmpus Luzerna.
Desde então, pudemos pôr em prática um planejamento para atendermos 1200 alunos, com toda a infraestrutura necessária, quadro de pessoal adequado e, principalmente, uma gestão voltada para atender aos anseios da região, que nunca teve acesso ao ensino público e gratuito. Estamos no meio do processo de implantação da infraestrutura e de integralização dos cursos e pretendemos, em mais dois anos de trabalho, entregar um câmpus a altura da rede federal, inteiramente à disposição da população do Meio-Oeste catarinense.
Norival Fiorin, prefeito de Luzerna na época da implantação do IFC
O que me vem à cabeça quando lembro da época da chegada do IFC é muita alegria e felicidade. A instituição chegou aqui através de uma política do governo federal, e nós tivemos a felicidade de ter uma parceria com diversas pessoas que contribuíram nesse processo. Tínhamos aqui a ETVARPE, e a política federal de transformar as escolas técnicas em institutos federais. Luzerna se habilitou nesta demanda graças a uma correspondência da Ivane Fiorin Kerschbaumer, da ETVARPE. Depois disso tivemos uma luta bastante grande, com muitas pessoas, incluindo até viagens a Brasília. Aí tivemos a federalização, conforme votação unânime do conselho que administrava a escola.
A emancipação do IFC Luzerna foi outro passo importante, pois estávamos ligados ao câmpus do IFC de Videira. Aí ficamos muito mais felizes, graças ao arranjo entre todos os envolvidos.
Hoje o IFC Luzerna representa uma mola propulsora de desenvolvimento. Temos muitos empreendimentos no município, incluindo toda a questão imobiliária, graças ao nosso instituto. Parabenizo todos os envolvidos nessa história, e fico muito gratificado com o crescimento do IFC.
Moisés Diersmann, atual prefeito de Luzerna
Sinto um grande orgulho pelos cinco anos do IFC em Luzerna. Hoje a oferta da educação profissional e tecnológica gratuita traz um enorme benefício na formação e qualificação de nossa população, gerando um grande resultado no desenvolvimento socioeconômico. Importante também porque busca soluções técnicas e tecnológicas de acordo com as características da região, fortalecendo assim os arranjos produtivos e organizações industriais.
Quando uma instituição estimula a pesquisa aplicada, a região tem um grande resultado no desenvolvimento científico e tecnológico e também no fomento ao empreendedorismo, que é a base do desenvolvimento de uma nação.
Também percebemos que o mercado imobiliário de Luzerna aqueceu, pessoas de outras regiões do estado e país estão na cidade e promovem uma troca de culturas e outras vivências. Parabéns IFC Luzerna por seus cinco anos em nosso município. O poder público municipal é um grande parceiro e continuará sendo, para que juntos possamos promover o crescimento local e regional.
Adriana Antunes de Lima, assistente em
administração: uma das primeiras servidoras
Mesmo eu vindo de outra cidade, lembro que, na época, a comunidade local não tinha nenhum conhecimento sobre o IFC. As pessoas ligavam e pediam valores de mensalidade dos cursos. Quando a gente dizia que era tudo gratuito, não acreditavam. Acho que a nossa principal dificuldade era justamente essa: a falta de conhecimento por parte da população.
Outro desafio enfrentado eram os recursos, que eram muito escassos. Como ainda estávamos na condição de Câmpus Avançado, ligado administrativamente ao Câmpus Videira, tínhamos que solicitar materiais de lá. Obviamente o câmpus evoluiu muito neste tempo. Já somos reconhecidos pela comunidade, as empresas buscam parcerias com o instituto, nossa estrutura está melhorando.
Pessoalmente, minha entrada no IFC também foi um desafio. Eu estava assumindo um cargo público, em uma instituição de ensino – sendo que nunca tinha trabalhado nesta área. Acredito que, nestes cinco anos, cresci muito, tanto profissional como pessoalmente. E isso devo aos desafios que enfrentei junto com a instituição. Minhas melhores memórias são os sorrisos no rosto de cada aluno formado, com seu diploma, pronto para enfrentar o mercado de trabalho. É aí que percebo que todos os desafios valem o esforço.
Professor Jessé de Pelegrin, diretor do Departamento
de Ensino: um dos primeiros docentes
Entrei em exercício em janeiro de 2011. A vinda do IFC para Luzerna fez com que eu retornasse para a região, pois estava morando em Morretes (PR). Minha noiva morava aqui na época. Com o retorno, pudemos nos casar.
No início a população não sabia o que era o IFC. Mesmo assim, aqueles que tinham conhecimento ficaram felizes, pois até então os cursos técnicos da região eram pagos. Com a vinda do instituto tudo mudou. Acho que os primeiros desafios foram relativos à pouca infraestrutura; o baixo conhecimento da população sobre o que é o IFC; o nosso processo de compreensão quanto aos trâmites de compras para materiais e equipamentos; e também a falta de servidores específicos para cada área.
Hoje, com os profissionais e com a estrutura sendo montada, vejo que nosso câmpus tem tudo para ser referência nas áreas em que atuamos. Contando com todos os servidores, equipe pedagógica, psicóloga, assistente social, contadora, jornalista, auditora, enfim, todos especialistas em suas áreas, podemos formar nossos alunos com uma capacidade intelectual diferenciada.
Texto: Wagner Lenhardt
Fonte: http://www.ederluiz.com.vc