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SC era destino de leite fraudado no RS, afirma Ministério Público

Duas indústrias de Santa Catarina estavam entre os destinos de leite fraudado que foi alvo da sétima fase da Operação Leite Compen$ado, deflagrada na manhã desta quarta-feira, no norte do Rio Grande do Sul. A adulteração investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) consistia na adição de água para aumentar o volume do produto e de sal para mascarar a diluição.

De acordo com informações levantadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul a unidade da Aurora Alimentos em Pinhalzinho e a Kerlac, de Rio Fortuna, estavam entre os destino de cargas de leite da Cotrel, em Erechim, uma das empresas suspeitas de trabalhar com leite adulterado.

- A Cotrel sabia que o leite era de má qualidade mas mascarava o resultado- afirmou o promotor do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Mauro Rochembach.

Ele também informou que foram apreendidos na Cotrel relatórios de inconformidade do leite enviado para a Aurora de Pinhalzinho.

- Eles emitiam relatório de inconformidade porém recebiam as cargas- afirmou o promotor.

Outras empresas do Rio Grande do Sul e do Paraná também recebiam o leite.

Rochembach disse que o responsável pelo posto da Cotrel e o diretor responsável pela unidade devem ser denunciados pelos crimes de adulteração de alimento e associação criminosa. A unidade da Cotrel vai continuar funcionando em Regime Especial de Fiscalização. O Ministério da Agricultura também fará a rastreabilidade do leite.

De acordo com o promotor de defesa do consumidor Alcindo Bastos Filho, o Ministério da Agricultura vai agora questionar as indústrias sobre o destino que deram ao leite fraudado. A intenção é saber se o produto foi rejeitado ou processado e colocado no mercado. Mas, como as substâncias usadas na fraude não fariam mal à saúde, não deve haver recolhimento de lotes.

Até o início da tarde desta quarta-feira, o MPE confirmou o cumprimento de 16 dos 17 mandados de prisão. Uma pessoa continuava foragida. Além de Erechim e Jacutinga, onde um posto de recebimento de leite foi interditado, a operação ocorreu em Maximiliano de Almeida, Gaurama, Viadutos e Machadinho. Estão envolvidos produtores, transportadores, responsáveis por postos de resfriamento, laboratoristas e motoristas de caminhões.

O Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Chapecó, colaborou na operação. O promotor de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Rochembach, disse que há uma colaboração entre promotores e policiais dos dois estados para coibir a fraude no leite.

Em Santa Catarina somente neste ano foram presas 39 pessoas nas operações Leite Adulterado I, II e III.

O que dizem as empresas

Cotrel

"Estamos nos inteirando dos fatos. A cooperativa entende que vem cumprindo a legislação e fazendo todos os testes e análises necessários. Vamos analisar as provas que estiverem nos autos".
Nasser Khalaf, advogado da Cotrel

Aurora

A Aurora Alimentos emitiu uma nota condenando a adulteração do leite e assegurando aos clientes e consumidores que não industrializou leite adulterado pois realiza testes laboratoriais de qualidade em toda matéria-prima.

Informou que é a primeira empresa do mundo a adotar um sistema de rastreabilidade do campo até a saída da indústria e que realiza programas de qualidade do leite para capacitar os produtores.

A Aurora também anunciou a suspensão de recebimento de leite da Cotrel até a conclusão das investigações.

Além disso convocou as indústrias lácteas, sindicatos do setor e órgãos como Ministério da Agricultura, Cidasc, Epagri e Embrapa, para uma reunião no dia 15 de dezembro, às 8 horas, na Sede da Fiesc, em Florianópolis.
O objetivo é tomar ações conjuntas para coibir as fraudes.

Fonte: Rádio Videira AM