Pouco mais de 5% dos casamentos homoafetivos realizados no Brasil em 2013 ocorreram em Santa Catarina. Na Região Sul, a proporção sobe para 39,4%. Os números (veja na íntegra abaixo) colocam os catarinenses em quarto lugar no país em registros de união entre pessoas do mesmo sexo.
Os dados foram revelados ontem pela pesquisa de Estatística do Registro Civil, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pela primeira vez incluiu o casamento homossexual.
Os dados mostram que mais de 1 milhão de casais brasileiros disseram sim no ano passado, sendo 3.701 do mesmo sexo. A partir de maio de 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução no 175, o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país passou a ser legal.
Santa Catarina teve 207 casamentos desse tipo no ano passado, representando 0,66% das uniões na região. Florianópolis foi a cidade campeã de casamentos gays no Estado, com 35 cerimônias. Joinville e Itajaí vêm em seguida, com 22 e 17 uniões, respectivamente.
Atuante em grupos de direitos humanos, Carla Ayres, presidente da organização não governamental Acontece Arte e Política LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), avalia que a tendência é de mais casamentos entre pessoas do mesmo sexo no país.
- Até o começo de 2014, ainda havia resistência de algumas pessoas ligadas ao Judiciário na união entre pessoas do mesmo sexo. A própria sociedade brasileira ainda tem muito preconceito - diz Carla, que também é secretária Nacional da Mulher ABGLT.
Direitos e garantias
Nem sempre os números têm rosto. Por isso, é possível que os dados estejam subnotificados. No final de 2013, um empresário de 30 anos e um universitário de 26 decidiram oficializar o relacionamento que durava cinco anos. Fizeram isso para garantir direitos conquistados em lei. Quiseram proteger-se contra a disputa de patrimônio no caso de morte. A atitude foi silenciosa e até agora desconhecida.
- Oficialmente, estamos na estatística, mas preferimos manter a discrição - explica o empresário, ao pedir sigilo na identificação.
Depois de um relacionamento de 25 anos, Rhae Ferreira e Beto Mafra também assinaram a união civil. Tornaram-se um dos primeiros casais homoafetivos em Santa Catarina a oficializar a união:
- No nosso caso não foi exatamente pelo casamento em si, mas pelas garantias jurídicas - diz Rhae, dono de uma padaria artesanal em Cacupé, em Florianópolis.
Com isso, o casal conseguiu estender alguns direitos, como o plano de saúde. A respeito dos números, Rhae considera um avanço que se reflete em toda a sociedade. Mas que ainda é necessário continuar se acostumando com as novas e formas diferentes das pessoas se relacionarem.
- Quando que se iria imaginar que iríamos encontrar noivos de decoração de bolo formados por um casal de dois homens ou duas mulheres? - pergunta.
Fonte: Rádio Videira AM
Os dados foram revelados ontem pela pesquisa de Estatística do Registro Civil, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pela primeira vez incluiu o casamento homossexual.
Os dados mostram que mais de 1 milhão de casais brasileiros disseram sim no ano passado, sendo 3.701 do mesmo sexo. A partir de maio de 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução no 175, o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país passou a ser legal.
Santa Catarina teve 207 casamentos desse tipo no ano passado, representando 0,66% das uniões na região. Florianópolis foi a cidade campeã de casamentos gays no Estado, com 35 cerimônias. Joinville e Itajaí vêm em seguida, com 22 e 17 uniões, respectivamente.
Atuante em grupos de direitos humanos, Carla Ayres, presidente da organização não governamental Acontece Arte e Política LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), avalia que a tendência é de mais casamentos entre pessoas do mesmo sexo no país.
- Até o começo de 2014, ainda havia resistência de algumas pessoas ligadas ao Judiciário na união entre pessoas do mesmo sexo. A própria sociedade brasileira ainda tem muito preconceito - diz Carla, que também é secretária Nacional da Mulher ABGLT.
Direitos e garantias
Nem sempre os números têm rosto. Por isso, é possível que os dados estejam subnotificados. No final de 2013, um empresário de 30 anos e um universitário de 26 decidiram oficializar o relacionamento que durava cinco anos. Fizeram isso para garantir direitos conquistados em lei. Quiseram proteger-se contra a disputa de patrimônio no caso de morte. A atitude foi silenciosa e até agora desconhecida.
- Oficialmente, estamos na estatística, mas preferimos manter a discrição - explica o empresário, ao pedir sigilo na identificação.
Depois de um relacionamento de 25 anos, Rhae Ferreira e Beto Mafra também assinaram a união civil. Tornaram-se um dos primeiros casais homoafetivos em Santa Catarina a oficializar a união:
- No nosso caso não foi exatamente pelo casamento em si, mas pelas garantias jurídicas - diz Rhae, dono de uma padaria artesanal em Cacupé, em Florianópolis.
Com isso, o casal conseguiu estender alguns direitos, como o plano de saúde. A respeito dos números, Rhae considera um avanço que se reflete em toda a sociedade. Mas que ainda é necessário continuar se acostumando com as novas e formas diferentes das pessoas se relacionarem.
- Quando que se iria imaginar que iríamos encontrar noivos de decoração de bolo formados por um casal de dois homens ou duas mulheres? - pergunta.
Fonte: Rádio Videira AM