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Família que autorizou doação de órgãos concede entrevista a Rádio Catarinense e fala sobre a decisão

Fígado foi transportado para SP por um avião da FAB

No meio de um momento de desespero e de dor, uma família de Herval d’Oeste encontrou o discernimento para um ato de caridade e de amor ao próximo. Após constatação da morte encefálica, a família de Dirceu Cordeiro, 57 anos, que reside no bairro São Jorge, autorizou a doação do fígado. O homem estava internado na UTI do Hospital Universitário Santa Teresinha (HUST) de Joaçaba há cerca de 20 dias após cair de um poste na rua Egídio  Vencatto no  bairro Boa Vista. Dirceu, que fazia manutenção da rede, foi vítima de uma descarga elétrica e sofreu ferimentos graves em razão da queda. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionado para transportar o fígado até São Paulo no início da manhã da última quarta-feira (10), logo após a constatação da morte.

  O doador, num primeiro momento teve o nome preservado, pois segundo uma enfermeira do hospital, que ligou para a emissora, a família não queria que ele fosse identificado pela imprensa. Mas por se tratar de um gesto nobre, e que pode servir de estímulos para outras pessoas, a Central de Jornalismo da Rádio Catarinense decidiu manter contato com a família. O repórter Paulo César, que acompanhou o caso desde o início, se deslocou no início da manhã desta sexta-feira (12) até o bairro São Jorge onde foi muito bem recepcionado pela família que fez questão de falar a Rádio Catarinense.

  A viúva Dádiva Cordeiro, 59 anos, que reside na rua 06 de Agosto, disse que Dirceu trabalhava como montador de rede tendo uma rotina intensa até mesmo nos finais de semana. Segundo ela o marido sempre procurava ajudar o próximo e esta característica dele ajudou na decisão na hora de decidir pela doação “Eu tenho certeza que lá no Céu ele tá feliz por a gente ter autorizada a doação e isso me dá um alívio no meu coração” disse a viúva.

  A dona de casa informou que ele era um profissional cuidadoso e muito experiente que foi surpreendido por um cabo de alta tensão que deveria estar desligado, mas não estava o que acabou provocando a descarga elétrica. “Ele aguentou 21 dias no hospital e durante este tempo eu já pensava em doar caso ele não sobrevivesse, mas só faltava falar com meus três filhos”.

  A decisão de doar o fígado partiu com uma ligação do hospital onde os profissionais explicaram como seria o processo e em seguida todos da família acabaram concordando. De acordo com ela, além do fígado, foi retirado também o rim e as córneas. Um ato de caridade da família, que com certeza ajudou a salvar uma vida. “Ele era bom de coração e isso (doação) me conforta”.

A doação
Doação de órgãos só é possível, se houver uma autorização expressa da família concordando com o procedimento. Ela acontece após a constatação da morte cerebral que é a interrupção irreversível das atividades cerebrais, causada mais frequentemente por traumatismo craniano, tumor ou derrame. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando este morre, significa a morte do indivíduo.

Importância do Fígado
Uma deficiência do fígado pode colocar em risco a saúde e até a vida, como no caso da hepatite, gordura no fígado ou a cirrose. Além dessas, outras doenças envolvem o fígado e, apesar da sua grande capacidade de regeneração, no caso de doenças muito graves ou irreversíveis o transplante de fígado é indicado.

Por Marcelo Santos


Fonte: Rádio Catarinense