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Delegado da PF fala ao Portal Éder Luiz sobre a Operação Ave de Rapina

Delegado da PF Ildo Rosa. (Foto: Divulgação)
O delegado Ildo Rosa, da Polícia Federal (PF), concedeu uma entrevista por telefone ao Portal Éder Luiz na manhã desta quarta-feira, 19. Ele atua nas investigações da Operação Ave de Rapina, que apura contratos fraudulentos entre empresas e a prefeitura de Florianópolis. O delegado confirmou que os empresários de Joaçaba, José Norberto D´agostino e José D´agostin Neto, investigados na Operação, seguem detidos na Central de Triagem da Trindade, na Capital. “Temos hoje 14 presos que permanecem detidos, dentre eles dois empresários que são de empresas dai da região. Pelo que eu soube, até ontem (terça), pelo menos, estava sendo mantida a prisão. Eles tentaram Habeas Corpus, uma revisão por parte do Tribunal de Justiça e o Tribunal confirmou a decisão de primeiro grau. Então eles continuam presos. A informação que tenho é que 11 deles que são aqui do Estado estariam no Centro de Triagem da Agronômica, aqui na Trindade. Estariam todos no mesmo lugar”. Informou.

Segundo o delegado, provavelmente nesta semana outro delegado que ficou responsável pela elaboração do relatório entregue o material que vai detalhar a operação e novas informações deverão ser divulgadas. “Todo o material fruto dos 38 mandados de busca que foram cumpridos representa muita coisa que foi incorporada ao inquérito, existem documentos apreendidos que servirão como subsídio, como uma forma de valorizar a prova”.

A operação foi deflagrada há uma semana e segundo o delegado Ildo Rosa, não existe um prazo para que os presos fiquem detidos. “São prisões preventivas que não tem um tempo limite. Se o juiz entender que eles podem colocar em risco a instrução criminal, aquelas condições que a preventiva é decretada eles são mantidos presos. Presumo que a justiça mantenha isso até a conclusão do inquérito, por que normalmente é para facilitar a instrução criminal. Terminado esse processo em tese não haveria mais razões para manutenção da preventiva”.

Como o relatório oficial ainda não está concluído o delegado diz que não pode no momento adiantar qual seria o envolvimento da empresa de Joaçaba no esquema.  “Ainda não tem como descrever a participação individual de cada um, mas há empresas principais e empresas consortes, aquelas que de uma forma ou outra estariam associadas. Mas não posso garantir por hora que esse é o caso da empresa dai”.

O que pesa sobre a Focalle

A empresa Focalle Engenharia Viária Ltda é investigada por ter participado de uma licitação no ano de 2011. Quatro empresas participaram da disputa, vencida pela Engebras, mas houve recurso e a Eliseu Kopp, cujo proprietário também está preso, foi a vencedora.

De acordo com a PF, foi comprovado que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa. Segundo a denúncia da PF, os servidores receberiam o dinheiro dos empresários em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários.

Durante as investigações, foi comprovada a realização de depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de terceiros. Foi feita a apreensão de um valor de aproximadamente R$ 100 mil no Rio Grande do Sul, juntamente com aditivos contratuais superfaturados, destinados ao município de Florianópolis.

Em Joaçaba, na sede da empresa Focalle, foram apreendidos documentos, que agora estão nas mãos da PF para investigações.

Fonte: http://www.ederluiz.com.vc