Incoerente à primeira vista, o cenário do Brasil exibe, ao mesmo tempo, um país que preserva postos de trabalho e tem índices baixos de desocupação, com um crescimento sem precedentes no pagamento do seguro-desemprego. Embora a passos lentos, a oferta de vagas segue em expansão no país, e nunca tantos brasileiros estiveram empregados - apenas 5,7% da população economicamente ativa estava sem trabalho em julho na Região Metropolitana da Capital, segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao mesmo tempo, a União teve de desembolsar uma quantia recorde para pagar o benefício a trabalhadores dispensados. O resultado desse aumento de gasto é um rombo no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que deve terminar este ano com déficit ao redor de R$ 13 bilhões. E o buraco pode se aprofundar para R$ 20 bilhões em 2015.
Criado para financiar programas de abono salarial, seguro-desemprego e obras de infraestrutura, o fundo tem sido pressionado por receitas cada vez menores, reflexo de medidas de redução de impostos adotadas pelo Palácio do Planalto com a intenção de estimular a economia. Na outra ponta, as despesas não param de crescer.
Os pagamentos do seguro-desemprego, principal desembolso do FAT, tiveram salto de 383,3% entre 2003 e 2013, pulando de R$ 6,6 bilhões para R$ 31,9 bilhões, conforme o Ministério do Trabalho. A estimativa é que o desembolso com o benefício alcance R$ 35,204 bilhões neste ano.
Como o pagamento do seguro acompanha a variação do salário mínimo, a política de valorização do piso nacional ajudou a aumentar a despesa. A rotatividade no mercado de trabalho, que chega a 37%, também teve impacto. A cada grupo de cem empregados, 37 são demitidos a cada ano. Por permanecer pouco tempo em uma vaga, o trabalhador utiliza mais vezes os recursos do fundo. Ainda há o contingente cada vez maior de trabalhadores formais - com carteira de trabalho assinada e, portanto, com acesso ao seguro-desemprego.
- A rotatividade ocorre normalmente com trabalhadores menos qualificados. Como a média salarial é mais baixa, custa menos para a empresa, é menor o empecilho para demitir. No Brasil, mais de um terço dos trabalhadores tem esse perfil - explica Lucia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Fonte: Rádio Videira AM
Ao mesmo tempo, a União teve de desembolsar uma quantia recorde para pagar o benefício a trabalhadores dispensados. O resultado desse aumento de gasto é um rombo no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que deve terminar este ano com déficit ao redor de R$ 13 bilhões. E o buraco pode se aprofundar para R$ 20 bilhões em 2015.
Criado para financiar programas de abono salarial, seguro-desemprego e obras de infraestrutura, o fundo tem sido pressionado por receitas cada vez menores, reflexo de medidas de redução de impostos adotadas pelo Palácio do Planalto com a intenção de estimular a economia. Na outra ponta, as despesas não param de crescer.
Os pagamentos do seguro-desemprego, principal desembolso do FAT, tiveram salto de 383,3% entre 2003 e 2013, pulando de R$ 6,6 bilhões para R$ 31,9 bilhões, conforme o Ministério do Trabalho. A estimativa é que o desembolso com o benefício alcance R$ 35,204 bilhões neste ano.
Como o pagamento do seguro acompanha a variação do salário mínimo, a política de valorização do piso nacional ajudou a aumentar a despesa. A rotatividade no mercado de trabalho, que chega a 37%, também teve impacto. A cada grupo de cem empregados, 37 são demitidos a cada ano. Por permanecer pouco tempo em uma vaga, o trabalhador utiliza mais vezes os recursos do fundo. Ainda há o contingente cada vez maior de trabalhadores formais - com carteira de trabalho assinada e, portanto, com acesso ao seguro-desemprego.
- A rotatividade ocorre normalmente com trabalhadores menos qualificados. Como a média salarial é mais baixa, custa menos para a empresa, é menor o empecilho para demitir. No Brasil, mais de um terço dos trabalhadores tem esse perfil - explica Lucia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Fonte: Rádio Videira AM