Pesquisa populacional do IBGE divulgada na
quinta-feira mostra que o Estado ultrapassou
os 6,7 milhões de habitantes
Estão no Litoral os principais destinos para viver em Santa Catarina. Dos dez primeiros municípios que apresentaram maior crescimento percentual de habitantes, nove estão perto do mar, de acordo com a pesquisa de Estimativa Populacional em 2014, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, mais do que colocar o pé na areia, esses novos moradores buscam oportunidade de emprego. Na outra ponta, das cidades com maior decréscimo populacional proporcional, o Meio Oeste e Oeste do Estado são as regiões campeãs em perdas de habitantes, e também de emprego. Pesquisadores e representantes do poder público alertam que esse êxodo rural é reflexo da falta de investimentos para essas regiões.
O levantamento do IBGE também aponta que Santa Catarina chegou a 6,7 milhões de habitantes no dia 1º de julho deste ano, data referência para a pesquisa, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. O resultado consolida o Estado como o 11º mais populoso do país. Florianópolis teve acréscimo de 1,81% no número de moradores - chegando a 461,5 mil pessoas. O saldo positivo da Capital foi seguido por outras cidades litorâneas do Estado. No entanto, a realidade é bem diferente para quem segue pela BR-282 em direção ao Oeste. De acordo com uma pesquisa feita Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) no ano passado, a estimativa do instituto apenas reforça um êxodo rural que começou há mais de 10 anos.
— O Oeste catarinense tem muitas cidades pequenas sem estrutura e atenção do governo estadual. Com exceção de Joaçaba e Concórdia, todas têm rende per capita menor que a média estadual. Desde 2000, o que verificamos foi que a região perde jovens, procurando emprego, e também aposentados em busca de infraestrutura - disse Aristides Cimadon, reitor da Unoesc.
A secretária de Estado Desenvolvimento Sustentável, Lucia Dellagnelo, afirma que Santa Catarina está em vantagem em relação a outros Estados por ter uma melhor distribuição demográfica. Mas ela reconhece que isso também significa enfrentar algumas dificuldades:
— Santa Catarina tem 168 cidades com menos de 10 mil habitantes. O êxodo rural é um fenômeno que acontece em qualquer lugar do mundo, mas o governo tem investido para evitar isso. Uma das iniciativas é o Programa Desenvolvimento Territorial - disse a secretária.
A pesquisa de estimativa populacional do IBGE serve de base para o cálculo do coeficiente do Fundo de Participação do dos Municípios. De acordo com a Federação Catarinense de Municípios (Fecam), pela menos 14 cidades catarinenses terão aumento do coeficiente a partir de 2015 por causa da mudança demográfica. Nenhum Estado sofrerá redução do benefício.
Mais empregos significam mais habitantes
A maior parte dos municípios catarinenses (192) teve aumento populacional, e outros 100 tiveram redução demográfica entre 2013 e 2014. O município que mais cresceu percentualmente foi Araquari, no Litoral Norte do Estado, com adição de 4,86% no número de moradores. O resultado ainda rendeu ao município a 13ª colocação entre as cidades brasileiras com melhor aumento percentual.
A resposta para a atração populacional de Araquari pode estar nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, que mostram um saldo de 558 novas vagas de janeiro a julho deste ano. Apesar da chegada de empresas internacionais, como a montadora alemã BMW, o poder público do Município vê esse crescimento com cautela.
— É bom saber que estamos atraindo empresas e pessoas, mas, infelizmente, ainda não temos infraestrutura para receber tantas pessoas - disse o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico de Araquari, Cleiton Carlos Pereira.
No outro extremo da pesquisa está o município de Galvão. Com pouco mais de três mil habitantes, a pequena cidade do Oeste catarinense teve um decréscimo de 2,43% entre 2013 e 2014. O prefeito do município, Neri Pederssetti, aponta a falta de empregos como principal rival. Apenas 14 novos postos de trabalho foram criados de janeiro a julho de 2014, segundo o Caged.
—Pelo menos 78% da economia local se baseia na produção de leite r na agricultura, mas não há qualificação ou estrutura para manter os jovens aqui. Muitos aprendem o básico e depois se mudam para Pato Branco, no Paraná, onde há mais oportunidades - disse.
Fonte: Diário Catarinense
quinta-feira mostra que o Estado ultrapassou
os 6,7 milhões de habitantes
Estão no Litoral os principais destinos para viver em Santa Catarina. Dos dez primeiros municípios que apresentaram maior crescimento percentual de habitantes, nove estão perto do mar, de acordo com a pesquisa de Estimativa Populacional em 2014, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, mais do que colocar o pé na areia, esses novos moradores buscam oportunidade de emprego. Na outra ponta, das cidades com maior decréscimo populacional proporcional, o Meio Oeste e Oeste do Estado são as regiões campeãs em perdas de habitantes, e também de emprego. Pesquisadores e representantes do poder público alertam que esse êxodo rural é reflexo da falta de investimentos para essas regiões.
O levantamento do IBGE também aponta que Santa Catarina chegou a 6,7 milhões de habitantes no dia 1º de julho deste ano, data referência para a pesquisa, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. O resultado consolida o Estado como o 11º mais populoso do país. Florianópolis teve acréscimo de 1,81% no número de moradores - chegando a 461,5 mil pessoas. O saldo positivo da Capital foi seguido por outras cidades litorâneas do Estado. No entanto, a realidade é bem diferente para quem segue pela BR-282 em direção ao Oeste. De acordo com uma pesquisa feita Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) no ano passado, a estimativa do instituto apenas reforça um êxodo rural que começou há mais de 10 anos.
— O Oeste catarinense tem muitas cidades pequenas sem estrutura e atenção do governo estadual. Com exceção de Joaçaba e Concórdia, todas têm rende per capita menor que a média estadual. Desde 2000, o que verificamos foi que a região perde jovens, procurando emprego, e também aposentados em busca de infraestrutura - disse Aristides Cimadon, reitor da Unoesc.
A secretária de Estado Desenvolvimento Sustentável, Lucia Dellagnelo, afirma que Santa Catarina está em vantagem em relação a outros Estados por ter uma melhor distribuição demográfica. Mas ela reconhece que isso também significa enfrentar algumas dificuldades:
— Santa Catarina tem 168 cidades com menos de 10 mil habitantes. O êxodo rural é um fenômeno que acontece em qualquer lugar do mundo, mas o governo tem investido para evitar isso. Uma das iniciativas é o Programa Desenvolvimento Territorial - disse a secretária.
A pesquisa de estimativa populacional do IBGE serve de base para o cálculo do coeficiente do Fundo de Participação do dos Municípios. De acordo com a Federação Catarinense de Municípios (Fecam), pela menos 14 cidades catarinenses terão aumento do coeficiente a partir de 2015 por causa da mudança demográfica. Nenhum Estado sofrerá redução do benefício.
Mais empregos significam mais habitantes
A maior parte dos municípios catarinenses (192) teve aumento populacional, e outros 100 tiveram redução demográfica entre 2013 e 2014. O município que mais cresceu percentualmente foi Araquari, no Litoral Norte do Estado, com adição de 4,86% no número de moradores. O resultado ainda rendeu ao município a 13ª colocação entre as cidades brasileiras com melhor aumento percentual.
A resposta para a atração populacional de Araquari pode estar nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, que mostram um saldo de 558 novas vagas de janeiro a julho deste ano. Apesar da chegada de empresas internacionais, como a montadora alemã BMW, o poder público do Município vê esse crescimento com cautela.
— É bom saber que estamos atraindo empresas e pessoas, mas, infelizmente, ainda não temos infraestrutura para receber tantas pessoas - disse o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico de Araquari, Cleiton Carlos Pereira.
No outro extremo da pesquisa está o município de Galvão. Com pouco mais de três mil habitantes, a pequena cidade do Oeste catarinense teve um decréscimo de 2,43% entre 2013 e 2014. O prefeito do município, Neri Pederssetti, aponta a falta de empregos como principal rival. Apenas 14 novos postos de trabalho foram criados de janeiro a julho de 2014, segundo o Caged.
—Pelo menos 78% da economia local se baseia na produção de leite r na agricultura, mas não há qualificação ou estrutura para manter os jovens aqui. Muitos aprendem o básico e depois se mudam para Pato Branco, no Paraná, onde há mais oportunidades - disse.
Fonte: Diário Catarinense