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Justiça condena integrantes de quadrilha

Decisão foi proferida na Comarca de Joaçaba. Denunciados possuíam grande aparato para 
assaltos a ônibus em SP, PR e SC

Por Michel Teixeira

A Justiça de Joaçaba condenou quatro dos cinco acusados de integrar uma quadrilha que assaltou ônibus de sacoleiros em Água Doce. A sentença foi proferida pelo juiz Marcio Umberto Bragaglia. Foram condenados Sidnei Ferreira de Amorim, Roseli Moraes, Levi Pereira e Márcio José Gonçalves de Oliveira. Segundo o processo, na madrugada do dia 13 de julho de 2013, por volta da meia-noite na rodovia SC-350, no município de Água Doce, os denunciados Márcio, Levi e Sidnei, supostamente com apoio de Maila Ribeiro Moraes e Roseli, fortemente armados renderam o motorista e 33 passageiros do ônibus da empresa Auto Viação Catarinense que fazia a linha Florianópolis-Assunção/Paraguai. As vítimas foram trancadas no bagageiro do ônibus enquanto os assaltantes subtraíam pertences como celulares, notebooks, relógios, máquinas fotográficas e outros. Ainda de acordo com o processo, os denunciados integrariam quadrilha especializada neste tipo de crime com uso de armas de fogo de uso restrito (fuzis, metralhadora, pistolas 9mm), rádios comunicadores, coletes balísticos, fardamento e placas com as inscrições das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar do Estado do Paraná. A quadrilha agiria em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O magistrado manteve a prisão dos três homens e colocou as duas mulheres em liberdade, sendo que uma delas condenada a cumprir pena no regime semiaberto e outra no aberto. 

As penas: 

Márcio José Gonçalves de Oliveira (natural de Curitiba/PR): 15 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão mais 36 dias-multa, em regime inicial fechado.

Levi Pereira (n atural de Franco da Rocha/SP): 12 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão, mais 25 dias-multa em regime inicial fechado, e 1 ano de detenção em regime inicial semiaberto mais 11 dias-multa.

Sidnei Ferreira de Amorim (natural de São José das Palmeiras/PR): 12 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão, mais 25 dias-multa, em regime inicial fechado.

Roseli Moraes (natural de Pitanga/PR): 7 anos e 5 meses de reclusão, mais 12 dias-multa, em regime inicial semiaberto. Entretanto o magistrado concedeu o direito de recorrer em liberdade e, por isso, foi solta.

Maila Ribeiro Moraes (natural de Marechal Cândido Rondon/PR): 1 ano e 9 meses de reclusão, em regime aberto. Também foi posta em liberdade. 

Recurso

O advogado Luciano Nei Cesconetto, de Curitiba, ingressou com Apelação que foi aceito pelo Poder Judiciário e será apreciado agora pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O registro do advogado visa beneficiar os cinco acusados no processo. O grupo responde ainda a outro processo relacionado a assalto a ônibus na Vara Criminal da comarca de Joaçaba. 

O assalto 

Três assaltantes pararam o ônibus com quatro tiros. Por mais de três horas as vítimas tiveram de ficar com roupas íntimas e depois foram colocadas no porta-malas. Os bandidos usavam um Gol vermelho. Dois deles entraram no ônibus. Um rendeu o motorista e o outro anunciou o assalto. Eles usavam um rádio para se comunicar com o terceiro homem, que vigiava a movimentação do lado de fora. Na sequência o ônibus foi conduzido em direção a Caçador, cerca de um quilômetro de onde estavam. Ninguém ficou ferido. O montante roubado girou em torno de R$ 30 mil. Na ocasião os bandidos conseguiram fugir. As investigações decorreram por parte da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joaçaba.

A estrutura da quadrilha 

O processo aponta na Vara Criminal da comarca de Joaçaba aponta que seria o responsável por transportar o armamento até o local do crime. Sidnei e Levi seriam quem coordenavam as ações e auxiliavam na execução dos crimes. À Maila e Roseli caberia prestar informações sobre a presença de policiais e também de fazer o transporte dos objetos roubados. O “quartel general" da quadrilha era a Chácara Mato Dentro, no município de Araucária/PR. A quadrilha teria praticado, pelo menos, 15 assaltos a ônibus nos três estados do Sul. 

A prisão 


As investigações iniciaram no mês de julho de 2013 com a Justiça autorizando interceptação telefônica de vários aparelhos celulares. O ponto de partida foi um aparelho roubado no crime em questão. A decretação da prisão preventiva ocorreu no dia 27 de setembro do mesmo ano, sendo que o mandado foi cumprido no dia 10 de outubro. O grupo se passava por policiais, inclusive usando fardamento, e abordavam os ônibus em falsas blitze. A investigação da Divisão de Furtos e Roubos (DFR) da DEIC levantou assaltos ocorridos desde 2011, em que o bando é suspeito pela autoria. Uma das últimas ações foi contra ocupantes de dois ônibus com comerciantes que saíram de Brusque e Rio Grande/RS, e que foram mantidos sob a mira de armas de fogo por longo período na cidade de Cajati/SP. Em cada ônibus assaltado eram levados cerca de R$ 100mil a R$ 200 mil. Os objetos roubados das vítimas – entre eles mais de 300 celulares apreendidos – eram vendidos por um integrante da quadrilha que possui uma loja de celulares em Curitiba/PR. No sítio foram encontrados escondidos enterrados dentro de um tonel, próximo da casa, todo o armamento apreendido. Participaram da operação, além da Divisão de Furtos e Roubos da DEIC, a Delegacia da Polícia Civil de Joaçaba e de Caçador e a Delegacia do Consumidor (Delcon) do Paraná. Após serem detidos os suspeitos foram transferidos para o sistema prisional de Joaçaba, onde foram expedidos os mandados.

Fonte: ederluiz.com