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Fim da proibição da compra de carne bovina pode movimentar 900 milhões de dólares

O mercado chinês volta à agenda de exportações da carne bovina brasileira. De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne, ABIEC, esse mercado tem uma importância estratégica, já que a China vai ser responsável por quase 50 por cento do aumento da demanda por proteína animal no mundo.

Segundo a ABIEC, mesmo com o embargo da China, a venda do produto para outros países cresceu cerca de 25 por cento, chegando a quase 75 milhões de dólares no faturamento de 2012. Uma missão da Administração de Inspeção de Qualidade e Quarentena da China, AQSIQ, veio ao Brasil, no fim do ano passado, inspecionou as instalações dos frigoríficos do país e avaliou positivamente a sanidade do rebanho brasileiro. Com isso, esse mês, foi oficializado o fim do embargo chinês à carne do Brasil. A expectativa do setor é exportar cerca de 900 milhões de dólares ao país asiático, em 2015. Para o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Eduardo Riedel, essa abertura do embargo chinês vai gerar grandes oportunidades para o setor no Brasil.

"O impacto, em termos de possibilidade para o Brasil, é muito grande. O Brasil, hoje, é o maior exportador de carne bovina para Hong Kong, a gente sabe que parte dessa carne acaba sendo direcionada para a China. Agora, a partir do momento que a China libera, e tem oito frigoríficos já habilitados para exportação, você abre um mercado que é extremamente relevante. Sem dúvida nenhuma, vai gerar, no médio e longo prazo, não só a solidificação dessa relação com a China, mas oportunidades muito grandes para as empresas e para o setor pecuário no Brasil."

O Brasil tem, atualmente, oito frigoríficos habilitados para atender o mercado chinês. Este mês, a China concordou em habilitar outras nove plantas.O empresário Júnior Friboi, que foi presidente da JBS durante 25 anos, afirma que o mercado chinês é promissor. Friboi, que é membro do conselho da maior empresa de proteína animal do mundo, destaca que esta retomada de negócios com os chineses vai render boas oportunidades ao Brasil.

"O Brasil exporta para 126 países. Com o crescimento do consumo per capto da China que, há dois anos atrás, o consumo per capto da China era 5,5 quilos por pessoa; agora, esse ano, estamos aí com uma média de 7,7. Para 2020, nós temos aí uma oportunidade muito grande, principalmente, a pecuária brasileira, de que a gente possa exportar muito mais. A previsão é dobrar o consumo de carne na China".

O embargo chinês à carne bovina fornecida pelo Brasil foi imposto em função do registro de um caso do mal da vaca louca, descoberto em 2012, no Paraná. Além da carne bovina, outros acordos também foram fechados entre Brasil e China.

Fonte: Rádio Videira AM