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Morte de um bebê em gestação gera polêmica em Joaçaba

Família denúncia médicos e morte vira caso de polícia

O final de semana foi marcado em Joaçaba por um fato triste, que foi a morte de um bebê nas dependências do Hospital Universitário Santa Terezinha. Tudo começou ainda na noite da quinta-feira quando a adolescente de iniciais E.T.O.P de 16 anos e que estava com 39 semanas de gestação deu entrada na emergência do HUST reclamando de dores e dilatação. Segundo familiares que acompanharam a mãe até o hospital, o parto estava marcado para o dia seguinte, ou seja, sexta-feira. Ao receber atendimento no hospital, a jovem foi medicada com soro, recebeu uma injeção e ficou em observação até a manhã da sexta, quando recebeu alta do plantonista. Os mesmos familiares confirmaram a nossa reportagem que a partir da liberação, a adolescente não teria mais sentido o bebê se mexer, sendo que ela aguardou até o sábado à tarde para retornar ao HUST, quando foi atendida pelo mesmo obstetra.

   Depois de novos exames, a família recebeu a informação do médico de que a criança estava morta. Neste momento, o médico foi agredido com dois socos pelo tio da criança, sendo que esta agressão originou em um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Joaçaba. A Polícia Militar foi acionada para que os ânimos fossem contidos por parte dos familiares da criança, que não aceitavam a morte do bebê.

   A reportagem da Rádio Catarinense esteve durante a tarde e noite de ontem acompanhando o desenrolar deste impasse ao lado da família que estava comovida com o fato.

    A avó materna, Roselí de Oliveira, disse a Rádio Catarinense que a família quer justiça. “nós queremos justiça e que ele (médico) pague pelo que ele fez, a gente não tem como provar no momento, pois o nenê ficou 2 dias morto na barriga dela, mas Deus tá vendo e ele vai ajudar nós” disse a avó. Sobre o tratamento recebido no Hospital, ela disparou. “O tratamento foi horrível, péssimo, eles acham que tão lidando com bicho, animal, eles tão lidando com ser humano e foi uma vida que nós acabamos de perder” disse ela.

   O médico obstetra não foi localizado pela reportagem da Rádio Catarinense. Por volta das 20 horas e 30 minutos de ontem, o corpo do bebê foi retirado do Hospital Universitário Santa Terezinha e levado pela viatura do Instituto Médico Legal (IML) até as dependências do IGP para que fosse realizada a necrópsia, porque a família exigia um laudo que comprovasse a causa mórtis. O exame foi realizado e o resultado foi contestado pela família, pois segundo eles, o médico teria afirmado que a causa foi morte natural. Os familiares nesta semana confirmaram que irão procurar um advogado para cuidar da causa, alegando erro médico e solicitando um segundo exame de necrópsia.

   Ainda na tarde de ontem o Ministério Público foi comunicado do fato por intermédio do secretário da Saúde de Joaçaba, Marcos Weiss. Durante o período da noite o promotor Dr. Jorge Eduardo Hoffmann esteve nas dependências da Delegacia de Polícia de Joaçaba para tomar conhecimento dos fatos e para estudar os meios a serem adotados pelo MP a partir de hoje. Por telefone ontem, o promotor Hoffmann solicitou a direção do hospital para que a cirurgia de retirada da criança da barriga da mãe fosse realizada, o que acabou acontecendo no final da tarde.

   Nesta segunda-feira, antes de se deslocar até Florianópolis o secretário da Saúde joaçabense, Marcos Weiss, que na tarde de ontem esteve nas dependências do HUST, disse que a denúncia precisa ser devidamente apurada pela direção do hospital. “Estes fatos isolados que infelizmente acontecem e que dependem realmente da relação de pessoas,  e que acabam maculando a imagem do todo, tem que ser apurado a rigor da lei e responsabilizado as pessoas envolvidas, e a gente tem que tomar cuidado que isso não se generalize” observou o secretário. O Secretário informou também que vai ouvir todas as pessoas envolvidas e encaminhar os relatórios para a Secretaria Estadual de Saúde e ao  Ministério Público de SC.



O bebê que recebeu o nome de Kayan, foi velado desde ontem à noite na casa da avó materna, e hoje pela manhã por volta das 10 horas acabou sendo sepultado, num clima de muita comoção por parte dos familiares e das pessoas presentes. O responsável pelo Instituto Geral de Perícias, Leandro Paniáglo,  informou que o órgão recebeu uma denúncia de que o médico que fez o exame no IGP poderia estar embriagado. Quanto ao exame, contestado pela família, ele disse que o mesmo foi realizado e é de responsável do perito que assinou o laudo. Ainda nesta segunda-feira o médico perito será ouvido. Imagens do circuito interno serão observadas. O caso será encaminhado a corregedoria.

   Nossa reportagem esteve na manhã de hoje nas dependências do HUST na tentativa de conversar com alguém que falasse em nome da direção sobre o ocorrido. No hospital fomos informados pelo gerente operacional do HUST, Anderson Bezerra da Silva que o diretor Adgar Bittencourt é a única pessoa que pode falar em nome do hospital sobre o caso. Tentamos contato durante toda a manhã de hoje por telefone com Adgar Bittencourt que está em viagem retornando apenas na quarta-feira. Seu telefone estava desligado ou fora da área de serviço.


Fonte: Rádio Catarinense