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Canal de TV dos EUA inicia gravação em Joaçaba para contar história de homem preso injustamente

Homem, acusado de crime envolvendo policial, ficou preso mais de 5 anos

Um morador do município de Irani que ficou preso por mais de cinco anos, acusado de ter participado da morte de um Policial Rodoviário em Vargem Bonita no ano de 1998, e que conseguiu provar sua inocência, vai virar o principal protagonista de um seriado americano que será exibido para toda América Latina. Jair Dalberti, 40 anos, condenado a 15 anos de prisão, ficou preso quase seis anos em Joaçaba até que fosse reconhecida sua inocência. Devido ao erro jurídico, a defesa pediu indenização de R$ 1,5 milhão da União que recorreu no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesta terça-feira (03) uma produtora brasileira, contratada pelo canal A&E (Arts and Entertainment), que significa artes e entretenimento, está em Joaçaba. Pela manhã a equipe de cinegrafistas, técnicos e jornalistas gravaram o depoimento de Jair Dalberti nos estúdios de TV da Unoesc. A gravação de estendeu durante toda manhã, onde o morador de Irani teve a oportunidade de contar sua história e o drama vivido durante o tempo em que permaneceu preso. Até sexta-feira a produtora vai ouvir advogados, o ex-diretor do presídio regional de Joaçaba, familiares e amigos. Todo material coletado será encaminhado para Buenos Aires onde os fatos serão reconstituídos num cenário especial. O produtor, Otálio Lino, explicou a Rádio Catarinense que a série documental, chamada “Presume-se Inocente”, conta caos de pessoas que foram presas e pagaram por crimes que não cometeram. No Brasil o canal americano está abordando apenas três casos. Além do morador de Irani, os outros dois estão em Belo Horizonte e São Paulo. A série será levada ao ar até o final do ano em data ainda não definida.

   Jair Dalberti disse a Rádio Catarinense que aceitou o convite para gravar o programa para que seu caso fosse tornando público na tentativa de evitar novos erros por parte do judiciário brasileiro. Atualmente ele trabalha numa eletrônica e aguarda um desfecho para o processo de indenização que está em Brasília.

O caso
A Justiça Federal julgou procedente uma ação milionária por danos materiais e morais no valor de R$ 1,5 milhão a Jair Dalberti, morador de Irani, que ficou preso injustamente pela suposta participação em um crime de repercussão nacional no dia 8 de dezembro de 1998. O policial rodoviário federal Vítor Camargo Neto, 27 anos, foi morto enquanto trabalhava no posto de Vargem Bonita. O advogado Éber Marcelo conseguiu provar a inocência de Dalberti e a ação de indenização teve a decisão favorável pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. Dalberti foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão. Ele ficou detido no presídio regional de Joaçaba de 9 de dezembro de 1998 a 19 de agosto de 2004 (cinco anos, oito meses e 10 dias). Dalberti foi solto por que o advogado conseguiu provar que não houve participação direta no crime, uma vez que teria apenas dado carona aos quatro acusados. Ele não iria cobrar a corrida a uma suposta caçada, mas acabou recebendo R$ 10. No dia seguinte a quadrilha foi presa.

 Pela descrição do carro, um Gol branco, a Polícia Civil chegou a Jair. Foi quando ele soube que tinha transportado os autores de um crime. Jair prestou depoimento sobre o que tinha acontecido. Ao chegar próximo ao posto da PRF Dalberti teria deixado os quatro e depois voltado a Irani, onde foi para um compromisso em uma igreja. As provas contra ele foram consideradas frágeis e não foram suficientes para mantê-lo preso. Os quatro bandidos mataram o policial rodoviário, roubaram uma viatura e se juntaram a outros dois comparsas para assaltar um ônibus de turismo em Ponte Serrada. Na ação o advogado argumentou que a prisão foi equivocada e carente de provas. Entre os danos causados pelo tempo na prisão o advogado descreve que Dalberti não pôde concluir um curso superior, casar e nem crescer na profissão que desempenhava. A União recorreu da decisão. “Estamos aguardando entrar em precatória para que o Jair receba em 2016 ou 2017 a indenização”, reitera Bündchen.



Fonte: Rádio Catarinense