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Erradicação da praga da maçã após 23 anos limita entrada estrangeira e beneficia produtores

Produtores de maçã do Sul do Brasil, especialmente os de Santa Catarina, responsáveis por mais da metade da safra nacional, comemoram o fim de um pesadelo que os atormentava há mais de duas décadas.

Após 23 longos anos, o governo federal finalmente confirmou a erradicação da Cydia Pomonella, praga mais temida no planeta nas culturas de maçã, pêra e frutas de caroço como ameixa e pêssego.

O anúncio, feito nesta segunda-feira pelo ministro da Agricultura, Neri Geller, representa o início de um novo tempo no setor, já que além do Brasil, apenas o Japão conseguiu exterminar esse perigoso inimigo da fruticultura mundial.

A Cydia Pomonella é uma pequena lagarta conhecida como bicho-da-maçã e que forma galerias na fruta, derrubando-a do pé antes de ficar madura. Originária da Ásia e Europa, castiga plantações de países como a Argentina, Uruguai e Estados Unidos.

No Brasil, foi descoberta em 1991 na Serra Gaúcha, em Bom Jesus e Vacaria e, posteriormente, Caxias do Sul. Em 1993, chegou a Lages, na Serra Catarinense, em frutas da Argentina e do Chile.

O acompanhamento da praga em SC começou em 1997, com armadilhas monitoradas semanalmente. Em 2002, profissionais do Ministério da Agricultura e da Cidasc iniciaram o corte de plantas frutíferas que serviam de hospedeiras no perímetro urbano de Lages.

Com a recusa de alguns moradores em permitir o acesso dos servidores às suas casas, a Justiça Federal chegou a expedir, em 2007, uma liminar obrigando a derrubada das árvores em residências onde os técnicos encontravam resistência. Até a Polícia Federal passou a acompanhar os trabalhos para garantir que nenhuma ameaça permanecesse em pé.

Só nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem juntos por 95% da produção nacional de maçã, atualmente na casa de um milhão de toneladas por ano, foram derrubadas mais de 100 mil plantas hospedeiras, instaladas 10 mil armadilhas e capturados 20 mil exemplares da praga, o último em novembro de 2011, em Lages.

Fonte: Diário Catarinense