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Artista de Pinhalzinho - SC é homenageada no Domingão do Faustão deste domingo

Bia Dória, natural de Pinhalzinho - SC foi homenageada neste domingo no programa da Globo, domingão do Faustão.

A principal inspiração de Bia Doria é a sua intuição da harmonia universal e o estímulo externo para a concretização de sua obra é o convívio com a variedade de formas da natureza. O seu trabalho incorpora a experiência atual da Arte, com o objeto como representação autônoma e a preocupação da cultura contemporânea com o entendimento holístico da realidade.

Bia Doria é a segunda filha de um casal de imigrantes italianos que, de uma muda trazida da Itália, criaram um vinhedo. E, foi crescendo ali que, mesmo sem saber, Bia fazia suas primeiras incursões no mundo das Artes. Durante a colheita da uva, pintava os caules das videiras com a casca da uva madura para formar um jardim de esculturas vivas.

Estudou e trabalhou em ourivesaria, criando jóias com pedras brasileiras. A partir de 2002, seu foco de interesse voltou-se para o estudo das formas da natureza e da flora brasileira. Admiradora do trabalho do escultor Frans Krajcberg, fez dele seu mestre e inspirador, trabalhando e aprendendo com o grande escultor polonês radicado no Brasil. Esta convivência com o escultor consolidou na artista um caminho em direção à Arte, atenta a necessidade de evolução do homem.

Tendo Frans Krajcberg como mestre, Bia Doria começou a trabalhar com madeira descartada - raízes, troncos de árvores, cipós e nódulos - desenvolvendo suas próprias criações, com muita inovação dentro do que sua imaginação identifica como formas ideais da natureza.

As esculturas de Bia Doria são sensíveis e busca a expansão da consciência, uma invenção espacial das formas da flora. "São materiais difíceis de serem trabalhados", diz Bia. "Necessitam de cuidados especiais, desde a higienização até sua preservação, portanto, é um demorado processo de elaboração. Eu me identifico com esta matéria-prima, é uma troca permanente, que começa no tato e permanece enquanto descubro a forma que se esconde no diálogo que a natureza me transmite.", completa a artista.

Dos seus primeiros passos em meio às videiras na infância, ficaram as boas lembranças. Hoje, com a sensibilidade ainda mais aprimorada, Bia Doria se apresenta como uma artista amadurecida e senhora de seu ofício, com uma intensa produção e inúmeros planos pela frente. Literalmente, colocando as mãos e o coração em seus trabalhos, claramente exemplificados em algumas de suas criações mais inovadoras, a série "Bailarinas da Natureza".

"Terra, Vida e Natureza", recente mostra apresentada no MUBE, em maio de 2007, em São Paulo, destaca que, sua obra, ainda que, uma criação individual de formas, é uma glorificação da vida e do sentimento amoroso da harmonia com o planeta, da preocupação com a destruição da natureza. Bia constrói esculturas que se apropriam do espaço e nos remetem ao universo que imaginamos ser o de formas originais, no qual gostaríamos de ser capazes de reconhecer a memória do Paraíso.

Jacob Klintowitz, crítico de arte, jornalista, escritor, designer editorial e curador da Mostra "Terra, Vida e Natureza".








Fonte: Rádio Tropical FM