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Participação da Família é fundamental para recuperação de dependentes químicos

O tratamento dos dependentes químicos, sejam de drogas lícitas ou ilícitas, não é só dele. Na grande maioria dos casos, a família também fica doente e precisa ser tratada. “O tratamento deve ser feito para que a família compreenda e conheça a doença e seus sintomas”, diz a assistente social da Comunidade Terapêutica São Francisco (CTSF), Jaziela Lisboa.

Além desses fatores, Jaziela lembra que a família deve participar ativamente da recuperação do dependente químico para saber se portar diante dele. “Os familiares devem oferecer ajuda de forma correta e não facilitar ou permitir o uso por não saber o que fazer diante das várias situações que surgem no tratamento”.

Segundo ele, a família necessita saber o que é codependência e reconhecer os principais sintomas desta doença que é desenvolvida nas pessoas que convivem direta ou indiretamente com o dependente químico. “Existem alguns comportamentos e atitudes que os codependentes desenvolvem mesmo sem notar”.

Para a assistente social, que tem a experiência de trabalhar com os dependentes e familiares, os grupos de apoio são a principal forma de participação para as famílias. “No grupo, eles recebem orientações necessárias para a compreensão destes fatores que envolvem a dependência e a codependência”.

A participação da família é importante, visto que pode contribuir decisivamente na vida do dependente químico, tanto para recaídas ou para manter a sobriedade. “A troca de experiências entre as famílias que estão chegando ao grupo com as que possuem um grau de compreensão e aceitação maior em relação a dependência química, contribui para o aprendizado de todos, na busca de alternativas para o enfrentamento da doença que atinge a todos”.

De acordo com Jaziela, o grupo também favorece o resgate dos vínculos familiares e qualidade do tratamento. A CTSF realiza reuniões através de grupos de apoio para codependentes dos acolhidos na entidade e também recebe famílias que buscam ajuda. “Pessoas que estão sofrendo com algum familiar que é dependente químico e ainda não realiza tratamento”.

As famílias podem procurar o grupo para receber orientações de como enfrentar esse problema e ajudar de forma adequada ao dependente químico. As reuniões acontecem quinzenalmente nas quintas-feiras, na sala da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Videira (Aciav), no prédio do Sine, às 14 horas. As datas podem ser consultadas pelo telefone 3566-7212.

O QUE É A CODEPENDÊNCIA

Segundo a Wikipédia, a codependência é um termo da área de saúde usado para se referir a pessoas, geralmente parentes, fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física ou psicológica de uma substância, como álcool ou drogas ilícitas, ou com um comportamento problemático e destrutivo, como jogo patológico ou um transtorno de personalidade.

É um fato conhecido que a dependência patológica causa grande impacto e sofrimento na vida das pessoas próximas, mas poucos percebem como a codependência é altamente prejudicial para ambas partes envolvidas. Ao invés de ajudar o dependente a melhorar, certos tipos de codependentes acabam reforçando o comportamento patológico.

O codependente acredita que sua felicidade depende da pessoa que tenta ajudar, e assim se torna dependente dele emocionalmente, procurando ajudá-lo seja sendo excessivamente permissivo, tolerante e compreensivo com os abusos do outro, seja sendo excessivamente controlador, perfeccionista e autoritário. É comum que o codependente coloque as necessidades do outro, acima de suas próprias. É comum que desenvolvam duplo vínculo.

SINTOMAS DA CODEPENDÊNCIA

- Considerar-se e sentir-se responsável por outra(s) pessoas(s) – pelos sentimentos, pensamentos, ações, escolhas, desejos, necessidades, bem-estar, falta de bem-estar e até pelo destino dessa(s) pessoa(s).
- Sentir ansiedade, pena e culpa quando a outra pessoa tem um problema.
Sentir-se compelido – quase forçado – a ajudar aquela pessoa a resolver o problema, seja dando conselhos que não foram pedidos, oferecendo uma série de sugestões ou equilibrando emoções.
- Ter raiva quando sua ajuda não é eficiente.
- Comprometer-se demais.
- Culpar outras pessoas pela situação em que ele mesmo está.
- Dizer que outras pessoas fazem com que se sinta da maneira que se sente.
- Achar que a outra pessoa o está levando à loucura.
- Sentir raiva, sentir-se vítima, achar que está sendo usado e que não sente sendo apreciado.
- Achar que não é bom o bastante.
- Contentar-se apenas em ser necessário a outros.

*Nem toda forma de apoio, compreensão e altruísmo são problemáticos, eles podem ser muito úteis e importantes para o funcionamento da família, só se tornam problemáticos quando causam grande sofrimento aos envolvidos e não ajudam a resolver o comportamento patológico da pessoa-problema.

Fonte: emvideira.com.br