Falta de espaço físico e de um
centro de parto emperram a criação
Depois de criada a expectativa para a implantação de uma UTI neonatal em Joaçaba, uma declaração da gerente regional de Saúde, Ivanice Peccin, pode ter caído com um
balde de água fria nas pretensões do secretário municipal de Saúde, Marcos Weiss quanto a possibilidade de se implantar no Hospital Universitário Santa Teresinha. No último dia 12, Weiss esteve em reunião na secretaria de Estado da Saúde para dar início às tratativas visando a implantação de leitos de UTI neonatal . No encontro com o secretário-adjunto, Acélio Casagrande, teria ficado acertada uma visita técnica para avaliar o quadro de possibilidade para implantação da estrutura no HUST ou outro hospital da região.
Contudo, em entrevista a Rádio Catarinense, a gerente regional de Saúde Ivanice Peccin apontou duas razões que dificultam a implantação da UTI neonatal no HUST. Segundo ela, a quantidade de leitos disponíveis no hospital é insuficientes para atender a demanda, e, que esta aprovada no Ministério da Saúde a criação de mais dez leitos adulto. “Primeiro que nós não temos dentro do Hospital Santa Terezinha hoje capacidade física suficiente, nós estamos ainda buscando o aumento do quantitativo de leitos clínicos para tirar esses pacientes que ficam na fila ou nos corredores às vezes uma noite ou duas, nós temos ainda um grande número de cirurgias canceladas pela falta de leitos, então qual é a prioridade para Joaçaba neste momento, dez leitos de UTI adulto, é o que está projetado e já está aprovado pelo Ministério da Saúde e eles deverão implantar agora nos próximos meses, passando para 20 leitos de UTI adulto”.
Ivanice Peccin ressalta que, em curto espaço de tempo, não haveria condições para que a UTI neonatal pudesse ser implantada no HUST. “O segundo passo é implantação de um centro de parto normal, a Rede Cegonha também beneficiou o Hospital Santa Terezinha com um centro de parto, então, o Hospital Santa Terezinha tem interesse de fazer alguns leitos de UTI neonatal para quando tiver uma intercorrência num parto, numa gestante, ele possa ter um ambiente para cuidar desse bebê até que se transfira num hospital especializado”.
Rede Cegonha
Joaçaba aderiu à Rede Cegonha na região Meio-Oeste catarinense. A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada pelo SUS, fundamentada nos princípios da humanização e assistência às mulheres, recém-nascidos e crianças. Pela Rede haverá ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal, transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto, vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto, ou seja, reduzir o número de gestantes peregrinas e assim garantir vaga para gestantes e bebês, além da realização do parto e nascimento seguros através de boas práticas de atenção, e permitir acompanhante no parto de livre-escolha da gestante e atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses.
Pela Rede Cegonha as gestantes de alto risco são atendidas no Hospital São Francisco (HSF) de Concórdia que passou a ser a unidade de referência, contando com cinco leitos de UTI neonatal e cinco pediátricas. Para receber um centro de parto o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) deve fazer no mínimo 40 partos naturais por mês para poder receber um incremento mensal de R$ 80 mil. O governo federal disponibilizará R$ 500 mil para instalação do centro de parto.
Gestantes de risco tem direito a uma consulta na rede atenção básica (posto de saúde) e uma no ponto de referência, no caso, o HSF de Concórdia. A Rede Cegonha é um projeto construído e aprovado na macrorregião haja vista os altos índices de cesarianas e a importância do parto normal e do processo natural de nascimento.
Fonte: Rádio Catarinense