Santa Catarina vem mantendo nos últimos anos uma taxa de detecção estável com 28 casos de tuberculose para cada cem mil habitantes, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde. São registrados 1.800 novos casos da doença por ano, uma das menores taxas de mortalidade pela doença no país. Em 2012, a taxa foi de 0,7 óbitos a cada 100.000 habitantes (45 mortes). No Brasil, essa taxa alcançou 2,4 óbitos a cada 100.000 habitantes.
Dentre os 22 países com maior número de casos de tuberculose no mundo, o Brasil é o 17º colocado. Com o objetivo de mobilizar a sociedade na luta contra esta enfermidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 24 de março como Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
A coordenadora no Estado do Programa de Controle da Tuberculose, Nardele Juncks, afirma que o abandono do tratamento é um dos principais obstáculos para melhorar os índices da doença. “São prioridades detectar e curar todos os doentes, unir esforços para controlar o aumento da transmissão da tuberculose nos casos associados ao HIV e aumentar a adesão ao tratamento prevenindo o aparecimento de casos resistentes”, explica a coordenadora.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a tuberculose, mas a principal dificuldade é garantir que o paciente faça o tratamento até o fim. Uma das iniciativas para ampliação da cura e eliminação da tuberculose como problema de saúde pública foi a implantação do Tratamento Diretamente Observado (TDO). Este tipo de atendimento pressupõe uma reorganização dos serviços e mudança de atitude dos profissionais que passa a compartilhar com o doente a responsabilidade do sucesso do tratamento. O paciente será acompanhado individualmente, o tratamento dura seis meses e a medicação deve ser tomada todos os dias.
Durante a semana do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, os municípios irão realizar ações específicas, como palestras, para conscientizar a população sobre a doença.
Comitê para o Controle Social da Tuberculose
Por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e a sociedade civil, está em implantação em Santa Catarina o Comitê para o Controle Social da Tuberculose. O objetivo do comitê é integrar e contribuir para as políticas públicas voltadas ao controle da tuberculose no estado, principalmente às populações mais atingidas pela doença, como pessoas com coinfecção tuberculose/HIV/aids, indígenas, pessoas em situação de rua e as privadas de liberdade.
Perfil da tuberculose em Santa Catarina:
São 1.800 casos novos por ano;
25% tem relação com o uso de drogas;
20% tem associação com HIV/aids;
13% tem associação com alcoolismo;
5 a 6% tem associação com diabetes.
O que é tuberculose
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que causa lesão principalmente nos pulmões. A transmissão se dá por via respiratória, por meio da tosse, fala e espirro. É causada por um microrganismo conhecido comobacilode Koch (Mycobacterium tuberculosis). O diagnóstico consiste no exame do escarro para identificação do bacilo da tuberculose que poderá ser realizado em todas as unidades de saúde.
Um terço da população mundial está infectada pelo bacilo, mas apenas pessoas com a imunidade debilitada desenvolvem a doença. Portadores de HIV/aids, diabéticos, usuários de drogas (tabaco, drogas ilícitas e álcool), população carcerária, indígenas e moradores de rua são os mais vulneráveis. A doença é transmitida apenas pelo doente sem tratamento, que pode infectar de 10 a 15 pessoas no período de um ano.
Principais sintomas:
Tosse por mais de três semanas,
acompanhada ou não de catarro;
Febre baixa, geralmente no período da tarde;
Suor noturno;
Falta de apetite;
Perda de peso;
Cansaço ou dor no peito.
Fonte: Ana Paula Bandeira - Secretaria de Estado da Saúde