A falta de chuva e o calor intenso que castigam o Estado nas últimas semanas já provocam reflexos na agricultura. De acordo com estimativas do Centro de Socioeconomia Agrícola de Santa Catarina (Cepa/Epagri), a soja é a cultura mais afetada e pode ter perdas de 5% a 10%. A frente fria prevista para amanhã é aguardada como solução para frear os prejuízos e reverter a situação.
De acordo com Francisco Heiden, analista de mercado do Cepa, o período é de floração e formação dos grãos de soja e, por isso, a presença da água é fundamental. A expectativa é de quebra na produtividade - estimada em 3 mil quilos por hectare, pode ter uma perda de cerca de 5%. Apesar dos prejuízos, a soja é considerada uma cultura resistente, que deve se recuperar com a chegada da chuva, aguardada para o fim de semana.
O agricultor Paulo Kreibich, de Chapecó, afirma que a quebra na produção de soja em sua propriedade está hoje entre 10 e 15%. Se em dentro de três dias não chover, esta quebra chegará até a 25%. Com a falta de chuva, as vagens não estão criando grãos.
O calor intenso também causa prejuízo às pastagens e produção de leite. Segundo Airton Spies, secretário adjunto da Agricultura do Estado, algumas grandes indústrias de produção leiteira já sentem queda de 8% de abastecimento nos postos.
A produção de hortaliças, concentrada no litoral, também sofreu com o calor. Com ciclos mais curtos, entre 30 e 40 dias, os preços de alface, couve e brócolis já pesam no bolso dos consumidores:
- Os valores devem subir mais rapidamente, com dificuldade de abastecimento de hortaliças - diz Spies.
Apesar dos efeitos, a previsão ainda é de uma safra boa em Santa Catarina. De acordo com o relatório divulgado ontem pelo IBGE, o Estado deverá colher 455,6 mil toneladas de milho e 1,8 milhão de toneladas de soja com expectativa de boa taxa de produtividade.
Em todo o Brasil, a expectativa é de produção de 193,9 milhões de toneladas, 3% maior do que em 2013. A região Nordeste teve o maior crescimento este ano, de 39,5%.
Fonte: Rádio Videira AM