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Profissão: Maquinista!

Enquanto muitos jovens sonham em conduzir veículos modernos e velozes, para um jovem de apenas 30 anos a satisfação está em poder conduzir uma máquina com quase 100 anos de existência. O catarinense Peterson Nepomoceno ocupa uma função que foi praticamente extinta ao longo dos últimos anos em razão da substituição dos trens por ônibus, aviões e caminhões. Há mais de 3 anos ele é o maquinista oficial da Maria Fumaça que faz os passeios entre Piratuba (SC) e Marcelino Ramos (RS).

Neste sábado (08) nossa equipe de reportagem esteve novamente realizando o passeio, sendo que desta vez não para fotografar os turistas. Nossas lentes se voltaram para o jovem que passa anônimo na multidão, mas que ocupa uma função extremamente importante atuando nos bastidores.  Peterson, que é natural de Mafra, relatou que sempre gostou de máquinas antigas e que herdou o gosto por trens através de um tio que trabalha na rede. Iniciou trabalhando na manutenção na rede e pouco tempo depois acabou sendo convidado para assumir o comando da Maria Fumaça. Os passeios acontecem somente nos sábados, mas durante a semana ele cumpre uma rotina intensa de manutenção da locomotiva e dos vagões para oferecer conforto, segurança e comodidade aos turistas. O trabalho é desenvolvido numa oficina na Estação Ferroviária de Piratuba que é um verdadeiro cartão postal da cidade.

 A locomortiva que ele conduz é americana e foi produzida em 1920. Em cada passeio entre Piratuba e Marcelino, num trajeto de cerca de 24 quilômetros, são queimados 5 metros de lenha para alimentar uma fornalha que atinge até 800 graus. A Maria Fumaça, que está em perfeito estado de conservação, pode atingir até 50km/hora. Mas como se trata de um passeio, o trajeto é feito numa velocidade média de 20 a 25km.  O parceiro de bordo, que também ocupa uma função vital e rara, a de foguista, é Jéferson Dhein de Piratuba. Ele é responsável pela manutenção da malha e de abastecer com lenha a fornalha.  A madeira usada é de eucalipto que alimenta a fornalha e gera calor para uma caldeira de 7 mil litros de água.

 O maquinista Peterson Nepomoceno durante o trajeto fica com os olhos atentos o tempo todo para os trilhos para evitar surpresas desagradáveis.  Com as mãos firmes no regulador de pressão (volante) ele corta o vale do rio do peixe  todos os finais de semana transportando turistas que fazem o passeio para relembrar os velhos tempos onde os trens eram o principal meio de transporte. Trata-se de mais um anônimo no passeio que desenvolve a função com amor e com muito conhecimento de causa. Todas as perguntas feitas não ficaram sem respostas e todas elas ricas em detalhes e com termos estranhos para nossa geração que está acostumada com Air Bag, Abs, Ar-condicionado digital e câmbio automático. Nosso reconhecimento aos profissionais dos trilhos que deslizam pelas encostas numa atividade árdua, mas desempenhada  com paixão.












Fonte: www.portaldemarcelino.com.br