Mais torcedores do Corinthians ainda podem ser presos pela invasão, agressões e furtos praticados no Centro de Treinamento (CT) do clube, na zona leste da capital paulista, ocorrida no dia 1º de fevereiro deste ano. “Se conseguirmos identificar os torcedores [outras prisões serão feitas]. O intuito é que nós façamos uma investigação até o final, doa a quem doer”, disse Elisabete Sato, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Na manhã de hoje (20) três torcedores foram presos pela Polícia Civil pela invasão: Tarcisio Baselli Diniz, Danilo dos Santos Gomes e Gabriel Monteiro de Campos. Um deles foi preso em flagrante por posse de arma e de drogas e dois tinham passagem pela polícia. As prisões são temporárias.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na sede de três torcidas organizadas do Corinthians, a polícia também encontrou US$ 3,6 mil na quadra da Gaviões da Fiel e R$ 18 mil na quadra da Camisa 12. Também foram cumpridos mandados na quadra da Pavilhão 9. A Polícia Civil informou ter encontrado nas sedes das torcidas quatro rojões modificados para serem mais lesivos e perigosos.
Três torcedores ainda estão foragidos, entre eles, um que esteve preso em Oruro, na Bolívia, pela morte do adolescente boliviano Kevin Espada, atingido por um sinalizador, durante um jogo entre o Corinthians e o San José, válido pela Taça Libertadores da América. Segundo a delegada, o inquérito investiga crimes de formação de quadrilha ou bando, roubo, ameaça e lesão corporal.
A Polícia Civil investiga a possibilidade de o próprio clube ter facilitado a entrada dos torcedores organizados ao CT. "Estamos investigando. Todas as linhas de investigação estão abertas. Existe uma foto de um obstáculo rompido, uma cerca, e existe filmagem de alguns torcedores entrando por ali, mas a hipótese de eles terem entrado pela porta da frente também está sendo investigada", disse Margarete Barreto, delegada titular da Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do DHPP.
Um dos três homens que foram presos hoje disse à polícia que entrou no local pela porta da frente. “Um deles disse que entrou tranquilamente”, disse Margarete.
Um dos fatos que gerou estranhamento para a Polícia Civil é a ausência de imagens da invasão. Segundo a delegada, das 22 câmeras que haviam no local, apenas duas funcionaram no momento em que ocorreu a invasão. “Claro que [o sumiço das câmeras] não é natural. Você coloca um equipamento de monitoramento para funcionar e não para não funcionar. Mas nós não somos técnicos e por isso o equipamento foi enviado para a perícia técnica. A partir do laudo pericial, podemos tomar alguma atitude”, disse a delegada Margarete. Segundo ela, funcionários de segurança do clube relataram que “o equipamento apresentou uma falha bem no momento da invasão e que, em outros dias, também já havia apresentado falhas. Mas naquele dia, pontualmente, foi naquele horário [da invasão]".
Segundo Elisabete Sato, a ação policial foi desencadeada após solicitação do presidente do Corinthians, Mário Gobbi.
Fonte: Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli