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Joaçaba: Colheita de milho e soja pode superar expectativas dos produtores

Em Joaçaba são 4 mil hectares das culturas de milho 
e soja. As sementes das duas culturas deverão render cerca de 28 mil toneladas nesta safra.

Jamile Amaral Ouriques, engenheira agrônoma da Epagri,
em Joaçaba, diz que volume de grãos pode supe
Para quem pensou que o forte calor dos últimos dias e os temporais que se formam no final da tarde trariam prejuízos aos agricultores, se enganou, pois a expectativa cresce a cada dia para um aumento na produção das culturas de verão.


Após a estiagem que prejudicou a safra 2011/2012, muitos produtores estavam apreensivos com a safra 2012/2013. Somando-se a isso, os agricultores que plantaram mais cedo passaram por alguns períodos de pouca precipitação e algumas perdas foram registradas. Contudo, apesar disso, a colheita desse ano tem deixado os produtores otimistas.

            De acordo com a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) as duas principais culturas de grãos em Joaçaba são o milho e a soja. E os produtores devem colher 28 mil toneladas de milho e soja até o final de março, quando ocorre o término da colheita. Hoje cerca de 500 agricultores produzem os grãos no município. A área de plantio chega a 4 mil hectares.

Quem realizou o plantio no período certo, que vai de setembro a novembro deverá ter um aumento na safra. A colheita das culturas de verão seguem até o mês de março, mas em fevereiro inicia a produção de silagem que serve para alimentar animais devido a falta de pastagem no inverno. “Para a safra de verão recomendamos o plantio até novembro, tendo em vista que é necessário fazer a análise do solo”, explica Jamile Amaral Ouriques, engenheira agrônoma da Epagri, em Joaçaba. “O produtor que plantou cedo, antecedeu a época de colheita para silagem, uma época ideal, até por que está tento poucas chuvas, as máquinas podem entrar na lavoura e fazer uma silagem bem seca. Mas para quem plantou escalonado, possui culturas de milho por exemplo ainda pendulando, ou seja, enchendo o grão e para isso nós precisaríamos de uma chuva mais frequente”, destaca.

Calor x chuva na agricultura

Nas últimas semanas, a temperatura na região sul do país bateu recordes em várias cidades. O sol, temperaturas elevadas e chuvas isoladas nos finais dos dias não trouxeram prejuízo aos agricultores, pelo contrário, o tempo colaborou. “O temporal até prejudica, mas não foi o caso na região. Temos milho ainda em floração, milho granando. Quando há granizo realmente causa algum prejuízo. Mas na região não foi algo significativo, pois tivemos chuvas bem isoladas. Nada que vai trazer prejuízo ao município, mas sim para alguns agricultores. Tivemos a ocorrência de granizo, mas também tivemos o acionamento do seguro agrícola”, ressalta Jamille. “Na localidade de Santa Helena há cerca de 10 dias tivemos a ocorrência do fenômeno. Quando ocorre dias de chuvas mais intensos os agricultores tem que esperar até que a máquina possa entrar na lavoura para o agricultor colher. Mas nem sempre ele tem essa máquina na propriedade, tem que pegar emprestado, as vezes alguma colheitadeira ou até mesmo depender da prefeitura”.

“A expectativa é de uma boa safra. Esses eventos não chegaram a render prejuízos maiores com esse calor mais intenso, ou esses temporais isolados ”, orientou Jamile.

Colheita

Em Joaçaba são 4 mil hectares de lavouras, das culturas de milho e soja. As sementes das duas culturas deverão render cerca de 28 mil toneladas na safra de 2014. “Devemos ter cerca de 3 mil toneladas de soja e outras 25 mil toneladas de milho. Enquanto a soja pode render de 45 a 50 sacas por hectare, já o milho deve chegar até 120 sacas por hectare. São 3.400 hectares de área plantada de milho e 500 hectares de soja”, estimulou a engenheira agrônoma.

SC

A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, por meio do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola - Epagri/Cepa, divulgou na terça-feira, 11, um relatório da situação das principais lavouras de verão. Em Santa Catarina, essas lavouras, de modo geral, foram beneficiadas pelo comportamento do clima, durante o período de desenvolvimento vegetativo. O volume de chuvas foi suficiente para garantir um crescimento vigoroso das plantas. A partir de meados de janeiro, no entanto, o volume das chuvas foi menor em todas as regiões, com precipitações rápidas e localizadas, típicas de verão.

Considerando que os produtores catarinenses estão optando por variedades de milho ciclo mais curto e com base na distribuição do plantio, segundo as estimativas do Epagri-Cepa são de que cerca de 80% da área cultivada esteja na fase de maturação avançada, período em que o calor e a deficiência hídrica pouco interfere na produtividade. Os 20% ainda vulneráveis, aproximadamente 6% (milho do tarde) poderá ter perda mais representativa, se não chover nos próximos dias. Estas perdas irão se agravando até que chova abundantemente e de forma generalizada em todo o Estado.

Aproximadamente 5% da área plantada foi colhida até a primeira semana de fevereiro e as produtividades médias registradas estão acima da média estimada inicialmente. A estimativa do Epagri-Cepa para a safra do cereal aponta para uma produtividade média levemente superior a expectativa inicial de 6.886 kg/ha. Caso as estimativas se confirmem, a produção total de milho grão em Santa Catarina, em 2014, alcançará 3,3 milhões de toneladas.

Soja

O plantio da soja se concentra no período entre meados de outubro e a primeira semana de dezembro, por isso as condições climáticas no mês de janeiro é muito importante para o desenvolvimento desta cultura. Grande parte da área cultivada está na fase de floração e formação do grão neste mês. O calor excessivo e a deficiência hídrica neste período são indesejáveis e deverão causar perdas na produção. Felizmente a falta de chuva não é generalizada e as lavouras estão bem formadas, além disso, a cultura tem um poder de recuperação muito bom, caso chova nos próximos dias.


Na fase inicial de desenvolvimento da lavoura era esperado um rendimento médio de 3.171 kg/ha, 1,6% superior ao rendimento médio do ano anterior. Na primeira semana de fevereiro, a expectativa é de quebra na produtividade, preliminarmente, estimada em cerca de 3.000 kg/ha, configurando uma perda relativa ao redor de 5%. Com isso, a produção total da oleaginosa deverá ser de aproximadamente 1,63 milhão de toneladas.

Fonte: Giuliano Pedroso - Jornal Diário do Vale