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Calor tem sabor de lucro certo

As temperaturas altas aumentaram a procura por sorvetes e picolés. A família Becker, proprietária da Sorveteria Chantilly, pretende dobrar a produção.
A família Becker unida, comemora o bom momento
do setor e já investe na ampliação da fábrica.
Os meses de janeiro e fevereiro bateram recordes de temperatura em Joaçaba e região este ano. Os termômetros chegaram na casa dos 36ºC, mas com sensação térmica de mais de 40ºC. Apesar de muita gente reclamar, há quem comemore essa situação e os proprietários de sorveterias, estão batendo recorde na produção e venda de sorvete. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), a expectativa é que a produção e o consumo de sorvetes aumente em 2014, justamente por causa do calor acima do esperado.

É o caso da família Becker, proprietária da Sorveteria Chantilly. A fábrica fica localizada na Rua Castro Alves em Herval d’ Oeste, possui uma produção mensal no verão, que chega a 35 toneladas. “O verão é a época da nossa safra”, destaca Darci Becker, de 52 anos. “Mas o consumo ainda é baixo, perto de países como a Argentina, que o sorvete é consumido em quantidade até no inverno. Aqui, esse ano foi favorável, fez sol e calor quase todos os dias. O pessoal acaba consumindo mais sorvete”, comenta.

A sorveteria familiar emprega hoje 16 funcionários, entre eles a esposa de Darci, que foi quem iniciou a fábrica. “Meu pai começou a produção e me chamou par ajudar. Nessa época fiz investimentos, vendi uma Belina para comprar uma das máquinas e foi então que abrimos a sorveteria na Rua Nereu Ramos, em Herval d’ Oeste, aonde existe até hoje”, destaca Eden Lúcia Martini Becker de 44 anos.

Loise Becker, de 22 anos é recém formada em Engenharia de Alimentos, colou grau no dia 1º de fevereiro deste ano, é filha de dona Eden e seu Darci e é a responsável pelo controle de qualidade dos produtos fabricados na sorveteria. “Com a ampliação da fábrica, projetamos a construção de um laboratório de análises de microbiologia, para continuar cumprindo a legislação”, salientou a jovem que garante que nossos produtos serão criados.

Para Lucas Becker, 24 anos também filho do casal, é formado em Administração e ajuda a gerenciar a empresa. Conforme ele o setor não possui uma crise, mas no inverno a fábrica mantem uma produção bem menor que no verão. “Nossa atividade está relativamente ligada a temperatura, e se está quente vendemos mais. No inverno temos apenas 5% da produção do verão, mantendo os estoques”, explica. “Com as obras de ampliação da sorveteria esperamos dobrar em breve a produção, chegando até 70 toneladas ao mês”, ponderou.

Há cerca de três anos, a família investiu em um ponto de venda na Avenida XV de Novembro em Joaçaba, com venda a granel, conhecido como buffet – aonde o cliente pode comprar a quilo e acrescentar caldas, confeitos e guloseimas a sobremesa. Agora a família Becker que investe na ampliação da indústria, e pretende dobrar a produção pretende abrir novas praças. “Já temos cerca de 400 lojas entre franquias e pontos de vendas na região meio oeste, oeste, além do Vale do Itajaí, já que possuímos loja em Jaraguá do Sul. E agora pretendemos ampliar nossa atuação”, destaca Darci, salientando que a Chantilly possui mais de 24 tipos de produtos, 14 tipos de picolé e mais de 50 sabores, além da tradicional torta de sorvete vendida nas lojas.



Dados

O bom momento é percebido pela Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS). As altas temperaturas têm criado uma expectativa positiva na associação. No ano passado, houve aumento em relação ao ano anterior e, em 2014, o aumento deve ser ainda maior. Conforme a ABIS, o incremento corresponde à produção e ao consumo. 

O presidente da ABIS, Eduardo Weisberg, diz que ainda é cedo para confirmar a expectativa de aumento em 2014, até porque a economia pode influenciar, mas há uma boa chance disto acontecer. Só no ano de 2012, a consumação chegou a 1.209 milhões de litros em todo o Brasil. De 2003 a 2012, o aumento no consumo foi de 76,49%, de acordo com as estatísticas da ABIS. No mesmo período, o aumento per capita em litros/ano foi de 62,56%. Dados que explicam o alto faturamento geral do setor: mais R$ 4 bilhões por ano, conforme Weisberg.

Como é feito?

A engenheira de Alimentos, Loise Becker, é a gerente de produção da sorveteria e explica que o primeiro passo para a fabricação dos sorvetes é a pasteurização do leite. Depois disso, o leite, a gordura, a glicose e o açúcar estabilizante se misturam em uma temperatura que pode chegar a 80ºC. Em seguida, o líquido passa para outra máquina para o processo de homogeneização.

O mesmo líquido é resfriado duas vezes, de 75ºC a 30ºC em uma máquina e de 30ºC para 6ºC em outra. Depois, ele passa para a máquina de maturação. Lá, o líquido começa a ficar com a textura de um sorvete, em uma temperatura entre 2º e 4ºC. O líquido permanece nesse recipiente por, pelo menos, 24 horas. Em seguida, o sorvete sai da tuna de maturação por mangueiras e é levado para outra máquina, que finaliza o processo da massa, que já está entre 4º e 8º C.

Feito esse processo, o sorvete já está quase pronto. O último passo é adicionar frutas ou confeitos na massa do sorvete. Depois, a massa sai por uma tuna e vai direto para o pote ou embalagem, que contém prazo de validade e a data de fabricação e número do lote. Os potes são acondicionados em um frigorífico para sorvetes, de onde saem apenas alguns dias depois, quando vão para caminhões frigoríficos e são distribuídos nas lojas, estabelecimentos comerciais e supermercados, prontos para o consumo.
Darci Becker e a filha Loise atentos ao controle de qualidade
dos produtos fabricados na sorveteria.

Produção de sorvetes aumenta no verão.

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Fonte: Paula Patussi/Jornal Diário do Vale