Os primeiros tomates desta safra já estão sendo colhidos em Caçador, no Meio-Oeste catarinense. O município é o principal produtor do fruto em Santa Catarina - e o Estado é o sétimo em volume no país.
Depois de o tomate ter se tornado vilão da inflação em meados
de 2013 - com preços que ultrapassaram R$ 8 por quilo para o consumidor -, os produtores de Caçador já comemoram os preços conquistados nesta safra. Uma caixa com 24 quilos do produto está sendo comercializada, em média, por R$ 25. Em fevereiro, aumenta a oferta do tomate em todo o país, principalmente com o pico de colheita nos Estados de Goiás e São Paulo, os maiores produtores brasileiros.
O agricultor Rodrigo Susin planta cerca de 6 mil pés do fruto em Linha Susin, na zona rural do município. Ele começou a colheita na semana passada e vende o produto para distribuidoras de outros Estados. Com os tomateiros carregados de frutos graúdos, a expectativa é de uma safra grande e de qualidade.
- Ainda é cedo para falar de estimativas totais, mas a lavoura está boa e os pés carregados. Cada ano é um preço diferente e estamos otimistas - afirma.
Conforme Eduardo Scapinelli, secretário de Agricultura de Caçador, o município tem cerca de 400 produtores que esperam colher pelo menos 80 toneladas de tomate por hectare plantado. No ano passado, foram colhidas 169 mil toneladas de tomate nas plantações catarinenses, conforme dados do IBGE, que ainda não tem estimativas para a produção de 2014, já que a safra está no começo.
Orientação técnica ajuda na produção
Para ajudar na rentabilidade e na qualidade da produção, está sendo desenvolvido em Caçador o Sistema de Produção Integrada de Tomate (Sispit). Na prática, isso significa auxílio técnico para os agricultores.
Com as orientações, oferecidas através de uma parceria entre a prefeitura e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), os produtores conseguem diminuir em 40% a utilização de adubos no plantio e também reduzir até metade dos agrotóxicos. Outro reflexo é a redução no uso de água entre 20 a 25% do que seria necessário no cultivo convencional.
Pelo sistema é possível, por exemplo, saber com antecedência possíveis doenças e pragas que podem atacar a lavoura, e com essas orientações antecipadas, saber que tipo de defensivo agrícola utilizar e demais ações a serem feitas para a preservação do fruto. Os agricultores recebem visitas semanais dos técnicos e mensagens diárias pelo celular.
Com o Sispit, os produtores também têm orientações antes de plantar, com ajuda para escolher o melhor local e o solo ideal para fixar as suas mudas. Na lavoura do produtor Rodrigo Susin, na zona rural de Caçador, a produtividade aumentou em cerca de 40% após a implantação do sistema.
Fonte: Rádio Videira AM