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Caça da FAB que caiu em Machadinho fazia voo de treinamento


Avião sumiu do radar da Base Aérea 1h depois que decolou


 O capitão-aviador André Ricardo Halmenschlager, 33 anos, partiu da Base Aérea de Santa Maria (BASM), por volta das 08h30 de quinta-feira (06) para cumprir aquela que acabou sendo sua última missão, após cerca de 12 anos servindo à Força Aérea Brasileira (FAB). O avião em que o piloto estava caiu na cidade de Machadinho na divisa do RS com SC. Ele morreu na queda, e seu corpo foi localizado em uma mata, às margens do Rio Uruguai. O acidente ocorreu por volta das 9h30. De acordo com moradores da região, o avião modelo A-1A AMX pertencente ao 1º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação (1º/10º GAV), sediado na BASM, colidiu contra cabos de transmissão de energia de alta tensão da Usina de Machadinho, vindo a cair.

   Em entrevista coletiva concedida, o comandante da Base Aérea de Santa Maria, coronel-aviador, David Almeida Alcoforado, explicou que, por volta das 9h30, a aeronave sumiu do radar. Logo depois, dois helicópteros Blackhawk do Esquadrão Pantera decolaram para verificar a situação. Em seguida, chegaram os primeiros relatos sobre o possível acidente. Quando os helicópteros chegaram ao local, o corpo do piloto já havia sido localizado pelos bombeiros. Após ser resgatado, o corpo da vítima foi encaminhado para Lagoa Vermelha, onde passaria por uma necropsia. De acordo com o comandante, André morava em Santa Maria com sua esposa e dois filhos. No entanto, ele deveria ser sepultado em Estância Velha, onde residem seus pais. “Era seu desejo ser sepultado naquela cidade”, contou o coronel-aviador.

Um piloto dedicado

De acordo com Alcoforado, o piloto, com quem atuou no mesmo esquadrão em 2005 e 2006 e, depois, em 2009 e 2010, estava na FAB há cerca de 12 anos, sendo oito deles na BASM. “Ele era uma pessoa maravilhosa. Um piloto estudioso, extremamente competente e dedicado à Força Aérea. Estamos consternados. No momento, a prioridade é o apoio à sua família”, ressaltou o comandante.

Um avião seguro

Conforme o comandante, o avião conhecido como AMX, faz parte da frota da FAB há mais de 20 anos. Nesse período, este é o segundo acidente com vítima fatal envolvendo a aeronave. O outro caso foi registrado em 1998 no Rio de Janeiro. Além disso, os aviões da BASM fazem parte do lote mais recente, entregue em 2000. Este modelo foi projetado para ter seu melhor rendimento em baixa altitude, algo em torno de 200 a 500 pés. A aeronave possui capacidade para uma pessoa.

A missão

Capitão André morreu durante um voo de treinamento em circuito fechado, no qual o avião decola, cumpre as etapas pré-estabelecidas no plano de voo e retorna à base. O voo era realizado em baixa altitude. A previsão era de que o avião retornasse à BASM por volta das 10h.

FAB investigará o caso – Segundo Alcoforado, equipes da BASM foram deslocadas até o local do acidente para acompanhar a retirada dos destroços da aeronave. “Nenhuma possibilidade foi descartada. Pessoas afirmam que houve a colisão. Vamos analisar todas possibilidades, até mesmo as climáticas como a força do vento e posição do sol”, explicou o comandante. Os restos do avião passarão por perícias realizadas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA) que deverá esclarecer de forma técnica a causa do acidente. Entre os objetos que devem ser analisados estão o motor, comandos de voo, entre outros. “A princípio, o prazo para o resultado das perícias é de 30 dias. Mas, ele pode ser ampliado”, finalizou Alcoforado.


Fonte: Jornal A Razão-Santa Maria